“Eu quero agora, eu quero já, eu quero ver o juros abaixar”, esse foi o grito entoado pelos sindicalistas que participaram do ato organizado pelas centrais sindicais – Força Sindical, CUT, UGT, Nova Central, CSB e CTB – na manhã desta terça-feira (19), em frente à sede do Banco Central, na Avenida Paulista, em São Paulo, contra a alta taxa de juro.
A diretoria e assessoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes foram presença forte na manifestação.
João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, ressaltou a importância desta ação unitária com todas as centrais sindicais. “Hoje, estamos realizando um ato contra os juros altos. Estamos retomando a unidade de ação do movimento sindical, na luta contra a retirada de direitos, em um momento difícil que o país atravessa”, disse Juruna.
O protesto contra os juros altos acontece no mesmo dia em que o Copom (Comitê de Política Monetária) começa a reunião, para decidir se mantém, reduz ou eleva a taxa Selic, que é a taxa básica de juros.
Falando pelo Sindicato e em nome do presidente Miguel Torres, o secretário-geral Arakém disse que o ato foi para mostrar a indignação dos trabalhadores e dos sindicatos contra as taxas de juros. “Juro alto não gera emprego, não melhora a economia. Ao contrário, significa recessão, miséria. Não vamos arredar pé enquanto o governo federal não mudar o rumo da política econômica e passar a olhar para a população com dignidade”, disse.
O secretário-geral da UGT, Canindé Pegado, lembra que atualmente o país tem uma das maiores taxas de juros praticadas em todo o mundo, e está 14,25% ao ano, o que compromete a renda da classe trabalhadora. “Este país não seria nada se não fossem os trabalhadores lutando por melhores dias e para nossa economia crescer, mas com a taxa Selic em patamares exorbitantes e os juros praticados pelos bancos, que beiram 600% ao ano, são um absurdo e um assalto ao bolso dos trabalhadores e dos consumidores”.
Para Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT, a indústria nacional atravessa uma de suas piores crises, com números de desemprego cada vez maiores no setor, ressaltando que a queda na taxa de juro significa o aumento no investimento na produção e consequente abertura de postos de trabalho. “Os trabalhadores não vão pagar o pato”, afirmou Nobre, num recado para a Fiesp. “As campanhas salariais serão duras com muita resistência patronal, mas não vamos admitir um reajuste sem aumento real”.
O secretário-geral da CTB, Wagner Gomes, lembrou que “organizar a luta em conjunto com todas as centrais mostra a força da classe trabalhadora contra os juros altos, mas principalmente mostra que os trabalhadores estão atentos e não vão permitir que o governo adote medidas que acabam com os direitos conquistados através de lutas e mobilizações”.
“O país não vai crescer com juros altos, ao contrário, alta taxa de juros é transferir a renda dos trabalhadores para as mãos dos banqueiros”, disse o presidente da NCST/SP, Luiz Gonçalves.
Juruna anunciou que no próximo dia 26 será realizada uma plenária das centrais sindicais que contará com a presença dos presidentes de todas as instâncias estaduais de cada central. “Vamos promover uma jornada de luta em torno dos interesses da classe trabalhadora e elaborar uma agenda unitária que visa o enfrentamento desta política adotada pelo governo contra os direitos trabalhistas e previdenciários”, afirmou Juruna.