Brasil fecha mais de 500 mil vagas de emprego formais no 1º semestre

G1

Em junho, 91.032 empregos com carteira assinada foram eliminados.
Já em doze meses até junho, foram fechadas mais de 1,7 milhão de vagas.

As demissões superaram as contratações em 531.765 vagas formais no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho.

Foi o pior resultado para um primeiro semestre desde o início da série histórica do Ministério do Trabalho, que, neste caso, começa em 2002.

O desemprego avança no país em meio à maior recessão da economia brasileira dos últimos 25 anos. Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) “encolheu” 3,8% e, para este ano, a previsão do mercado financeiro é de nova queda da atividade econômica.

Os números de criação de empregos formais do primeiro semestre, e de igual período dos últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo nos meses de janeiro a maio. Os dados de junho ainda são considerados sem ajuste.

Apenas no mês de junho, ainda segundo dados oficiais, as demissões superaram as contratações em 91.032 vagas formais.

Este foi o décimo quinto mês seguido de fechamento de vagas com carteira assinada. O último mês com contratações acima das demissões foi março do ano passado, quando foram criados 19,2 mil postos de trabalho.

Apesar de negativo, o resultado do mês passado foi menos ruim do que o registrado em junho de 2015, quando foram fechados 111.199 postos de trabalho – pior resultado para meses de junho desde o início da série histórica do indicador, em 1992.

“A economia está num processo de recuperação lento. Mês a mês, o estoque negativo de desemprego vem reduzindo. Se você comparar o mês de junho [deste ano] com o mês de junho de 2015, nós podemos comemorar”, disse o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.

Em 12 meses, mais de 1,7 milhão de demissões
O Ministério do Trabalho informou também que, nos últimos doze meses até junho, foi registrada a demissão de 1.765.024 trabalhadores com carteira assinada.

Ao final de junho, o país tinha um total de 39,16 milhões de trabalhadores empregados formalmente. No mesmo mês do ano passado, eram 40,92 milhões.

No primeiro semestre deste ano, de acordo com o Ministério do Trabalho, quase todos os setores da economia demitiram trabalhadores, com exceção da administração pública, que abriu 18.790 vagas, e da agricultura (+89.954 empregos com carteira assinada).

O comércio liderou o fechamento de vagas com carteira assinada nos seis primeiros meses deste ano, com 253.855 demissões. Em segundo lugar está a indústria de transformação, com 139.927 vagas fechadas.

O setor de serviços fechou 123.799 vagas com carteira assinada, ao mesmo tempo em que a construção civil registrou a demissão de 114.099 postos formais no primeiros semestre de 2016.

A indústria extrativa mineral demitiu 4.908 empregados nos seis primeiros meses deste ano, enquanto que os serviços industriais de utilidade pública registraram o fechamento de 3.921 vagas formais.

Números regionais
Segundo o Ministério do Trabalho, houve o registro de demissões em quase todas as regiões do país no primeiro semestre de 2016, com exceção do Centro-Oeste, que abriu 12.848 vagas neste período.

A região Sudeste foi a que teve mais trabalhadores demitidos nos seis primeiros meses deste ano, quando 263.892 pessoas perderam o emprego.

A região Nordeste, por sua vez, registrou a demissão de 201.037 trabalhadores, enquanto a região Norte contabilizou o fechamento de 41.797 vagas formais. Já a região Sul fechou 37.887 empregos com carteira assinada no primeiro semestre deste ano.