O custo dos alimentos básicos aumentou no mês de julho em 22 das 27 capitais, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Entre janeiro e julho de 2016, todas as cidades acumularam alta.
São Paulo foi a capital com o maior custo para a cesta (R$ 475,27). O trabalhador paulistano que ganha salário mínimo teve de trabalhar 118 horas e 49 minutos para comprar os itens da cesta, tempo maior que em junho (117 horas e 16 minutos).
No mês passado, o custo da cesta em São Paulo comprometeu 58,70% do salário mínimo líquido (após os descontos previdenciários). Em junho, o percentual foi de 57,93%.
Em julho, houve predominância de alta no preço do leite, arroz, feijão, café em pó e da manteiga, conforme dados divulgados nesta quinta (4). A coordenadora de Pesquisa de Preços do Dieese, Patrícia Costa, comenta que – além do clima – a elevação dos preços refletem também distorções no modelo de produção baseado no agronegócio e na política cambial.
“Houve redução na área plantada de feijão, porque os produtores migraram para a soja com preços mais atrativos no mercado internacional. Por outro lado, o preço do pão explodiu com a alta do dólar, que encareceu a importação de trigo”, disse Patrícia à Agência Sindical.
Ela observa que o peso maior recai sobre os trabalhadores, para quem as despesas com alimentação tem maior impacto no conjunto da renda familiar. “O governo precisa adotar políticas no sentido de evitar que ocorram oscilações de preços nos alimentos com a magnitude as que estão ocorrendo”, pondera.
Renda – Segundo o Dieese, para acompanhar a alta no custo de vida, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.992,75, ou 4,54 vezes o mínimo de R$ 880,00.