O reajuste salarial fechado em acordos e convenções coletivas pelo país empatou com a inflação pelo quarto mês consecutivo em julho, como mostra o boletim Salariômetro. No mês passado, as remunerações tiveram correção nominal mediana de 9,5%, o equivalente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado nos 12 meses até o período.
A proporção de ajustes abaixo do indicador voltou a crescer, passando de 25,2% em junho para 37,6%. O percentual também é maior do que o registrado em maio, 36%, mas ainda inferior à média do primeiro trimestre, quando 60,2% dos aumentos nos acordos e convenções perderam para o índice de preços.
No acumulado em 12 meses, as categorias que registram as maiores perdas são a de extração e refino de petróleo, com queda real de 3,9%, levando-se em conta a mediana, a das empresas jornalísticas (-3,1%) e de fiação e tecelagem (-1,1%). Entre os Estados, a situação é pior no Acre e no Amapá, com perda real de 5,6% e de 2,8% nas remunerações, na mesma comparação. Com o melhor desempenho, os três Estados do Sul apuraram ganho real zero.
A mediana do piso salarial com vigência em junho foi R$ 1.089, valor 23,8% maior que o salário mínimo, R$ 880. A folha real de salários, por sua vez, estimada a partir do volume de depósitos vinculados ao FGTS, chegou em maio R$ 99,3 bilhões, conforme a série dessazonalizada elaborada com os últimos dados disponíveis. A cifra é 0,7% maior que a observada no mês anterior e 2,5% menor que em maio de 2015. Ela se refere apenas ao setor coberto pela CLT, que não inclui os funcionários públicos estatutários e os informais.