Manifestação reúne 30 mil metalúrgicos na Via Anchieta

Foto: Jaélcio Santana

Trabalhadores tomaram a via Anchieta

Mais de 30 mil trabalhadores metalúrgicos de São Paulo e do ABC participaram na manhã desta sexta-feira (8), de uma manifestação em defesa do emprego e da indústria nacional. O protesto, organizado pelos sindicatos metalúrgicos dos dois municípios, com o apoio da Força Sindical e da CUT, aconteceu na Via Anchieta, na divisa de São Paulo com São Bernardo do Campo.

Um momento marcante foi o encontro dos trabalhadores do ABC, que vieram em passeata pela Via Anchieta, com os metalúrgicos de São Paulo que já estavam concentrados no local da manifestação. A saudação foi calorosa.

Para Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, “este é um ato importante para o Brasil, para o futuro dos trabalhadores, seus filhos e netos, e para o desenvolvimento da Nação. Não podemos admitir que o país não tenha uma política industrial que proteja os empregos e suas indústrias”. Miguel também valorizou a unidade dos dois sindicatos nesta luta em defesa de interesses comuns: o fortalecimento da indústria e os empregos.

Agora, os metalúrgicos estão na expectativa de uma audiência com a presidente Dilma Rousseff, para a discussão da reivindicação de uma política industrial que contemple a defesa da produção, do emprego, e qualificação profissional. As reivindicações constam do documento aprovado no seminário Brasil do Diálogo, da Produção e do Emprego, realizado em conjunto com a Fiesp, em maio.

O documento reivindica investimentos em tecnologia e inovação, medidas para inibir as importações, redução de  juros, investimento em qualificação profissional e outras ações que fortaleçam a produção nacional e os empregos.

Foi essa pauta, contra o processo de desindustrialização, que levou os metalúrgicos às ruas nesta sexta-feira. E outras manifestações ainda virão, segundo Sérgio Nobre, presidente dos metalúrgicos do ABC. “O direito dos trabalhadores se faz valer nas ruas. A luta não para aqui”, disse.

O deputado Paulinho da Força (PDT/SP) criticou as empresas que importam todos os componentes para montar os produtos aqui, e disse que “o governo precisa mexer no câmbio (valorizado), reduzir os juros e acabar com a guerra fiscal entre os estados, que dão incentivos para produtos importados, enquanto a indústria nacional tem que pagar ICMS.”

O  deputado federal Vicentinho (PT-SP) conclamou os trabalhadores a pressionar o Congresso Nacional para que aprove projetos que contemplam a luta dos trabalhadores. Um deles impede o poder público de comprar carro importado.

Segundo o Dieese, cerca de 700 mil veículos importados em 2010 impediram a abertura de 103 mil postos de trabalho aqui no Brasil.


Presidente Miguel Torres, ao lado de Sérgio Nobre, do ABC, defende
futuro dos trabalhadores e do Brasil


Paulinho da Força criticou guerra fiscal


Trabalhadores contra as importações desenfreadas


Apoio à luta

Foto: Paulo Segura

Trabalhadores seguem em passeata pela Anchieta até o local da manifestação