O porcentual de trabalhadores com mais de dois anos no emprego atual aumentou para 70,6% no segundo trimestre do ano, o maior patamar para o período desde o início da série histórica da Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No segundo trimestre de 2015, esse porcentual era de 68,9%.
“Esse aumento pode ser em função de que não está entrando gente no mercado. Então, se não está entrando, demitir gente que está há muito tempo no trabalho é mais custoso. Mais fácil demitir quem tem menos tempo. Então esse dado que parece ser uma coisa positiva é na verdade em função da crise”, explicou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Quanto ao tipo de contratação, 88,4% dos trabalhadores ocupados no segundo trimestre eram contratados por tempo indeterminado, enquanto 11,6% foram admitidos através de contrato temporário.
A pesquisa informa ainda que cerca de 2,5 milhões de pessoas, ou o equivalente a 2,8% de todos os ocupados, tinham dois ou mais trabalhos no segundo trimestre de 2016. Quatro anos antes, esse total chegava a 3,5% dos ocupados. Segundo Azeredo, o recuo também se deve à crise, já que ficou mais difícil inclusive se manter fazendo “bicos” na informalidade.
No caso dos trabalhadores domésticos, 73,2% dos 6,2 milhões de empregados domésticos atuavam em apenas um domicílio, contra 74,7% no mesmo período do ano anterior. Já a proporção de empregados domésticos atuando em mais de uma residência cresceu de 25,3% para 26,8% no mesmo período. O resultado deve-se ao aumento no número de diaristas.
“Esse aumento é esperado. Porque as pessoas perderam seu emprego em outros nichos de atividade e migraram para esse emprego doméstico. É diarista”, confirmou Azeredo.
Na categoria dos militares ou empregados do setor público, entre os 11,3 milhões de ocupados no segundo trimestre, 53,8% estavam na esfera municipal, 31,4% atuavam na esfera estadual, e 14,8% trabalhavam na esfera federal.