Em nota, o movimento afirma que a montadora mantém a política de intimidar os trabalhadores com ameaças de fechamento da fábrica
Por Estadão Conteúdo
São Paulo – A manifestação contra a Nissan no estande da montadora no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo também teve como objetivo denunciar práticas antissindicais na fábrica da empresa em Mississippi, nos Estados Unidos, informou nesta quinta-feira, 10, a assessoria de imprensa do movimento.
Em nota distribuída a jornalistas, o movimento afirma que a montadora mantém a política de intimidar os trabalhadores com ameaças de fechamento da fábrica “sempre que o assunto da organização dos empregados em um sindicato ressurge”.
“Ao agir dessa forma, a multinacional impede a liberdade de expressão e impossibilita que os trabalhadores reivindiquem melhores salários, segurança e saúde no ambiente de trabalho e se defendam de eventuais casos de assédio moral e sexual, além de controlarem o uso de horas extras”, afirma o texto.
Também em nota, a assessoria de imprensa da Nissan diz que respeita as leis trabalhistas em todos os países em que opera e garante que seus funcionários têm liberdade de expressar suas opiniões.
“Nas fábricas da Nissan de todo o mundo, a decisão de unir-se ou não a um sindicato cabe inteiramente ao funcionário”, diz o texto.
“Os funcionários da Nissan nos EUA possuem empregos que estão entre os mais seguros e os que oferecem os maiores salários em manufatura nas regiões em que operam. Nós apoiamos o direito de cada funcionário escolher quem os representa, e os funcionários da Nissan Estados Unidos votaram repetidamente contra representação sindical.”
Segundo a assessoria de imprensa dos manifestantes, havia cerca de 150 pessoas no local, todos vinculados a alguma das três maiores centrais sindicais brasileiras: CUT (Central Única dos Trabalhadores), UGT (União Geral dos Trabalhadores) e Força Sindical.
“Apoiamos os trabalhadores e participaremos de manifestações certos de que a repercussão levará a Nissan a rever suas práticas”, disse na nota o presidente da UGT, Ricardo Patah.
Outro receio dos sindicalistas brasileiros, segundo o texto, é que as leis trabalhistas norte-americanas acabem sendo adotadas pelo Brasil.
“Hoje estamos em São Paulo. Amanhã poderemos estar em Brasília lutando contra as mudanças na legislação trabalhista brasileira”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Paulo Cayres.