Estado de calamidade

“É uma calamidade, para um País que está vivendo uma grave recessão, uma crise perversa que já fechou milhares de empresas e desempregou mais de 12 milhões de trabalhadores, o governo destinar um terço da lei orçamentária para o pagamento de juros e amortização da dívida pública, e beneficiar, mais uma vez, o setor mais privilegiado da economia, que são os banqueiros.
Isso mostra que o pobre não está no orçamento da União, ou melhor, tanto o pobre quanto a classe média estão embutidos de forma velada no orçamento porque é deles que o governo está tirando para pagar a conta da crise.
É com as reformas, da Previdência, que dificulta o acesso a aposentadoria e diminui o valor dos benefícios; da CLT, que tira direitos legítimos; com medidas provisórias que esfacelam os contratos de trabalho, com o achatamento do salário mínimo – como o nome já diz -,  que o governo quer pagar dívidas que crescem de forma assombrosa por causa dos juros abusivos, sobre os quais não tem coragem de impor qualquer tipo de medida.
Sobra mão de ferro e falta senso de justiça!

Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo/Mogi das Cruzes e CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e vice-presidente da Força Sindical