“O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, que representa cerca de 260 mil trabalhadores de cerca de 11 mil indústrias, não aceita que o governo baixe um pacote de medidas para o setor industrial sem que tenha participado das discussões.

Junto com os metalúrgicos do ABC, Força Sindical, CUT e Fiesp, encaminhamos um documento ao governo reivindicando uma política industrial de valorização da produção nacional, defesa dos empregos, e contra o processo de desindustrialização, provocado pelas importações desenfreadas, concorrência desleal, juros altos, câmbio baixo, falta de investimentos em tecnologia e de programas de qualificação profissional, carga tributária elevada. Pedimos audiência com a presidenta Dilma, mas não tivemos resposta.

Agora, as centrais sindicais foram chamadas pelo Ministério do Desenvolvimento para tomar conhecimento de medidas prontas, a serem anunciadas pelo governo. Não podemos assinar embaixo do que não conhecemos e não tivemos participação.

A indústria nacional, de diferentes setores – metalúrgico, siderúrgico, têxtil, brinquedos, calçados, e outros – vem enfrentando sérias dificuldades, e demitindo, por conta dessa situação, e cobrando uma ação do governo para combater esta situação. Só em junho passado a indústria eliminou 58 mil postos de trabalho (Dieese/Seade/MTE).

Queremos colaborar nas decisões que afetam os trabalhadores, enfrentar os problemas de maneira conjunta e construir um diálogo permanente em prol dos interesses sociais. Não queremos medidas prontas”.

Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e vice-presidente da Força Sindical
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