Cerca de 80% dos brasileiros em situação de miséria no Sudeste estão em área urbana

Janaína Garcia
Do UOL Notícias – Em São Paulo

Cerca de 80% dos 2,7 milhões de brasileiros em situação de miséria nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo estão em área urbana – o total representa 25% da população pobre do Brasil em áreas urbanas. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (18) pelo governo federal  durante anúncio de medidas que contemplam essa faixa social na região Sudeste do país.

O governo anunciou a unificação dos cartões de transferência de renda complementar ao Bolsa Família no Sudeste. “O principal desafio será a inclusão produtiva para a população urbana extremamente pobre por meios de cursos de qualificação: de 1,7 milhão de pessoas no Brasil que carecem desse tipo de medida, 500 mil estão no Sudeste”, disse Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social.

Segundo a ministra, o plano “está em franca execução, com trabalho avançado no Sudeste”. A ministra destacou que entre as áreas mais carentes o Vale do Jequitinhonha, em Minas, a região de Campos, no Rio, e o Vale do Ribeira, no sul de São Paulo, são “opções que se destacam para o programa”. 

O programa
Governadores dos quatro Estados assinam compromisso de reversão desses índices com a presidente Dilma Rousseff, os ministros Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Edson Lobão (Minas e Energia), Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais), Carlos Lupe (Trabalho) e recém-aprovado Mendes Ribeiro (Agricultura), em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Ao lado de Dilma, compõem também a mesa o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

No Estado de São Paulo, o programa, que visa complementação de renda de famílias que recebem o Bolsa Família e que tem renda per capital mensal inferior a R$70, começa no próximo mês com a localização das pessoas que vivem em extrema pobreza.

A partir de 2012, o programa vai empregar o uso de um cartão único nos 100 municípios paulistas com IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) para a distribuição das quantias. Até 2014, a previsão é que o plano atinja outros 545 municipios paulistas – 87 deles nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista.