Miguel Torres e Paulinho criticam medida do governo

Fotos Roberto Stuckert

Do lado direito, Paulinho da Força, Miguel Torres e Juruna na mesa com a presidente
Dilma, ministros e sindicalistas

Os presidentes do Sindicato, Miguel Torres, da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, e Juruna, secretário-geral da Força, participaram nesta segunda-feira (29), em Brasília, de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff, que chamou os sindicalistas para anunciar medidas que vão aumentar o superávit primário – economia que o governo faz para pagar os juros da dívida – para conter os efeitos da crise econômica mundial.

Os dirigentes manifestaram preocupação, porque consideram que a medida vai tirar recursos de áreas sociais, como saúde e educação, “o que não é bom, pois o Brasil carece de investimentos nessas áreas, importantes para a população e a melhoria do nível de capacitação profissional”, disse Miguel Torres.

A presidente Dilma, por sua vez, sinalizou que a medida vai viabilizar a redução dos juros, o que, para o deputado Paulinho da Força, só funcionará se os juros “caírem imediatamente”. “O governo vai tomar exatamente medida oposta da que tomou em 2008, quando diminuiu o superávit para alimentar a economia. Na nossa visão, aumentar o superávit agora é um gesto para o mercado”, disse o deputado.

Os líderes sindicais afirmaram que manterão suas reivindicações, entre elas, o fim do fator previdenciário, a questão da terceirização, correção da tabela do Imposto de Renda, para evitar perdas salariais. “Vamos fazer manifestações na frente do Banco Central”, afirmou Paulinho.

O encontro contou também com a participação de dirigentes da CUT e da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), dos ministros Guido Mantega (Fazenda), Gilberto Carvalho (Secretaria-geral da Presidência),  Ideli Salvati (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil).

O governo deverá fazer uma economia maior do que a meta para as contas públicas neste ano como forma de diminuir os gastos e estimular a redução dos juros.

Sardinhada – Nesta terça-feira, às 15h, diretores e coordenadores do nosso Sindicato vão se juntar a dirigentes de outras categorias e centrais sindicais para uma sardinhada de protesto em frente ao Banco Central, em Brasília. Serão assados e distribuídos cerca de 100 quilos de sardinhas.

“Vamos pressionar os membros do BC a reduzirem a taxa básica de juros que será anunciada nesta quarta-feira, dia 31. Nesse momento é muito importante uma redução dos juros para fomentar o mercado interno e  gerar empregos”, disse Paulinho.