´Se empresários não aceitaram, não seremos nós a aceitar´, disse Paulinho.
Presidentes da Força e da CUT prometem greves pelo país após Carnaval.
Eduardo Brescian
Ato em favor da votação da proposta de redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais (Foto: Janine Moraes)
Os presidentes das centrais sindicais rejeitaram nesta terça-feira (9) a proposta alternativa do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para a redução da jornada de trabalho. Uma nova reunião ficou para ser agendada para depois do feriado de Carnaval, mas as centrais já ameaçam comandar greves pelo país para forçar a aprovação da redução de jornada de 44 horas semanais para 40 e um aumento no valor pago pela hora extra de 50% para 75%.
O deputado Paulinho da Força (PDT-SP), que comanda a Força Sindical, destacou que haverá ainda uma consulta às bases sobre a proposta de Temer de reduzir a jornada de trabalho para 42 horas. Ele, no entanto, já sinalizou que não deverá haver acordo.
“A ideia do presidente Temer é reduzir para 42 horas e dar uma isenção fiscal para cobrir parte do custo e não teria aumento de hora extra. Nem isso os empresários aceitaram. Se nem os empresários concordaram com 42 horas não sou eu quem vai concordar”, disse o deputado do PDT.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, disse que as entidades trabalharão a partir do carnaval para ampliar a mobilização e pretendem comandar greves para aumentar a pressão sobre o Congresso.
“Vamos manter a pressão aqui no Congresso, vamos envolver os estados e os municípios e pressionar os deputados na base e vamos entregar nossa pauta para os sindicatos patronais da industria, do comércio, da agricultura, dos transportes, entre outros. Se não abrir o processo de negociação, aí vamos fazer greve e mobilizações depois do Carnaval”, disse Henrique.
As centrais cobram de Temer que, independente do acordo, seja marcada uma data para a votação da redução da jornada. Para Henrique, isso facilitaria a negociação porque haveria um horizonte de deliberação no plenário. Paulinho, por sua vez, acredita que se o tema for colocado em plenário a proposta de redução para 40 horas com o aumento de horas extras poderia ter a adesão de 90% da Casa.