Acidentes na Muriaço e Kato mutilam trabalhadores

O Sindicato realizou na semana passada, atos de protesto em duas empresas da região leste da capital – Muriaço e Kato -, por causa de acidentes de trabalho que resultaram na mutilação de dois trabalhadores.

Beatriz Arruda

Muriaço: Assembleia com coordenador Maurício defende: Chega de acidentes!

Na fábrica de corte de chapas de aço Muriaço, no Ipiranga, o operador Fernando Oliveira Araújo, 28 anos, teve o braço arrancado pela máquina ao tentar fazer uma limpeza no equipamento. Segundo o coordenador Maurício Forte, do Sindicato, o trabalhador foi puxado pela mão, passou por uma cirurgia de implante do braço, mas o procedimento não deu resultado.

O vice-presidente Pereira conclamou os trabalhadores a serem rigorosos na exigência da segurança na fábrica e cobrou a responsabilidade da empresa.

Na Kato, Vila Carioca, o prensista Vicente Duarte do Nascimento, 30 anos, teve quatro dedos da mão direita decepados por uma prensa de 100 toneladas ao tentar tirar um cavaco que estava manchando as peças. Segundo o coordenador do Sindicato Adriano Lateri, houve falha no sensor de acionamento da máquina. O trabalhador também passou por cirurgia.

Paulo Segura

Kato – protesto dos trabalhadores com o coordenador Adriano Lateri

Para o Sindicato, as empresas precisam adotar mais medidas de segurança para prevenir acidentes. “Há anos, o Sindicato atua na proteção voltada ao trabalho com máquinas e equipamentos e busca constantemente a adequação destas máquinas perigosas, priorizando a melhoria dos ambientes de trabalho e a prevenção aos acidentes, mas, por mais que trabalhemos nessa direção, acidentes continuam acontecendo”, lamenta Luís de Oliveira, Luisinho, coordenador do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador do Sindicato.

O presidente do Sindicato, Miguel Torres, lembra que o Sindicato foi pioneiro na implantação de um grande acordo que deu origem à Convenção de Proteção de Prensas e Similares, importante documento na questão da prevenção de acidentes para máquinas e equipamentos, e que hoje é referência nacional. “Precisamos denunciar mais esta situação para que a sociedade também assuma a responsabilidade pela integridade dos trabalhadores, porque quando um trabalhador morre ou se acidenta, isso não prejudica somente sua família, prejudica seus colegas de trabalho, a empresa e toda a sociedade”, afirma Miguel Torres.

O Sindicato está acompanhando a situação dos trabalhadores e a investigação do Ministério Público do Trabalho.

Paulo Segura

Vice-presidente Pereira cobrou segurança
Paulo Segura

Diretor Luisinho diz que é preciso intensificar as ações por segurança