Cipeiros metalúrgicos discutem saúde e ações

Encimesp reúne 180 cipeiros

Cerca de 180 trabalhadores participam do 11° Encimesp – Encontro de Cipeiros Metalúrgicos – que o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi realiza nesta quinta-feira e sexta-feira no Centro de Lazer da Família Metalúrgica, em Praia Grande.

Participam também do evento representantes do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), do Sindicato dos Técnicos em Segurança, da Secretaria Nacional de Segurança e Saúde da Força Sindical, diretores, coordenadores e assessores do Sindicato.

Na abertura do encontro, que tem como tema “Incluir para Proteger”, o secretário-geral do Sindicato, Jorge Carlos de Morais, Arakém, transmitiu aos cipeiros e cipeiras o apoio do presidente Miguel Torres e da diretora financeira Elza Pereira para a realização do encontro, e ressaltou a representatividade de cada cipeiro(a) na fábrica e a responsabilidade de cada um nesses dois dias de discussões e mais aprendizado que sustentarão a continuidade das ações voltadas para a segurança nas fábricas.

“Essa é uma luta pelo trabalho decente que não para. Encontros como este nos ajudam a avançar nessa luta, para garantir que todos os trabalhadores trabalhem em condições decentes, sem acidentes e doenças”, disse.

O diretor Luisinho, coordenador do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador (DSST), do Sindicato, responsável pela organização do encontro, fez uma apresentação do trabalho que o departamento desenvolve e lembrou de iniciativas do Sindicato que levaram à formação do grupo tripartite, integrado por trabalhadores, empresários e governo, que discute questões de interesses comuns voltadas para a segurança do trabalhador.

“O Sindicato está atuando em todas as frentes, avançando nas suas ações e garantindo a aplicação de novos instrumentos de preservação da segurança e da saúde, como as normas regulamentadoras. Sabemos que todo trabalho gera riscos, queremos mapear esses riscos e estabelecer medidas de proteção e, para isso, precisamos negociar com a empresa, com as chefias, que muitas vezes dificultam o trabalho do cipeiro”.

O vice-presidente Tadeu Morais falou sobre os embates travados com patrões que são contra garantir emprego aos acidentados no trabalho e portadores de doenças profissionais, e defendeu a inclusão do tema como disciplina no currículo escolar. “A criança deve sair da escola sabendo da importância dessa questão para a vida”, disse.

Ainda falando de saúde, Tadeu lembrou que 19 de outubro foi o dia mundial da luta contra o câncer de mama. “A campanha é importante para conscientizar da necessidade da mulher fazer mamografia, auto-exame e se cuidar. Os homens também têm responsabilidade sobre isso”, disse.

O economista do Dieese, Reginaldo Muniz Barreto, disse que encontros como esse permitem que a experiência dos cipeiros possa ser compartilhada e fortalecida. “Aqui, vocês são os atores e atrizes principais.”

O diretor e vereador Cláudio Prado também falou da dificuldade de atuação dos cipeiros. “Toda vez que você for reivindicar melhorias vão dizer que não tem recurso. O cipeiro precisa fazer o mapa de risco para entender e conhecer a empresa. Mas, nessa hora, o patrão contrata uma empresa de fora para fazer um mapa que o trabalhador não entende e que a empresa que elaborou não vai acompanhar sua aplicação”, criticou. Cláudio lembrou ainda que mais de 30% das empresas não têm uma Cipa eleita como deve ser.

O diretor Nelson Cardim, o Xepa, falou da dificuldade do cipeiro em negociar as melhorias do ambiente de trabalho porque, para a empresa, isso é custo. Xepa sugeriu aos cipeiros e cipeiras que incluam no documento final do encontro a reivindicação de tempo livre nas empresas para poderem fiscalizar o ambiente e fazer política de segurança e saúde.

Antes do encerramento dos trabalhos da manhã, os cipeiros assistiram o filme “História da saúde pública no Brasil”, que conta a criação dos primeiros institutos de previdência, do SUS (Sistema Único de Saúde) e dos desvios de recursos da saúde para obras e iniciativa privada.

O evento contou também com a participação do companheiro Arnaldo Gonçalves, secretário nacional de saúde e segurança da Força Sindical.

Programação

Em breve, matéria sobre o segundo dia de debates e resoluções do encontro

Por Débora Gonçalves (reportagem) e Val Gomes (gestão de conteúdo)
Assessoria de Imprensa do Sindicato
Fotos: Paulo Segura
www.metalurgicos.org.br