Europa e EUA consomem 3 vezes mais aço que Brasil

Folha de SP

Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS – cristina.frias@uol.com.br

O consumo de aço no Brasil é um terço do registrado na Europa e nos Estados Unidos, de acordo com levantamento do ICZ (Instituto de Metais Não Ferrosos).
A média de utilização do metal no Brasil é de cem quilos por ano, por habitante. Entre os países desenvolvidos, por sua vez, esse índice chega a cerca de 300 quilos.
A diferença na quantidade de consumo do produto é uma questão cultural, segundo Gilberto Campos, do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo).
“A construção civil brasileira tem se baseado muito no concreto nas últimas décadas. Um dos maiores legados da Copa do Mundo e da Olimpíada deve ser o uso de novos equipamentos e materiais, como o aço”, afirma Campos.
A estimativa de utilização do metal para as obras dos grandes eventos esportivos é de 5,8 milhões de toneladas, sendo 4,5 milhões apenas para os Jogos Olímpicos.
“A construção em aço permite uma velocidade maior, o que é fundamental neste momento”, diz Eduardo Gomes, vice-presidente do ICZ.
Para a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), porém, a maior utilização de aço não deve prejudicar as vendas de cimento nos próximos anos.
“A produção do metal ainda não é realizada em escala tão grande no Brasil. A construção civil competiria com a indústria automobilística e os custos ficariam mais elevados”, afirma Mario Esper, gerente da entidade.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ