À época, as relações de trabalho eram marcadas pelo emprego de mulheres e menores em larga escala, péssimas condições de trabalho e pela resistência dos empresários à concessão de benefícios mínimos ao proletariado, além do alto custo de vida e de toda a produção ser vendida para a Europa, então em guerra.A situação só poderia resultar num grande embate entre trabalhadores e patrões, que envolveu toda a sociedade por cerca de um mês.
O movimento atingiu dezenas de milhares de trabalhadores, de várias categorias.A greve foi encerrada com a conquista de 20% de reajuste e promessas do governo da libertação dos presos durante o conflito e a fiscalização do trabalho de menores e mulheres. O evento revelou a urgência de um forte movimento do operariado.
Nestes 100 anos houve uma grande evolução nas condições de vida e trabalho, com a fundamental participação do movimento sindical. Embora a desigualdade social seja ainda um entrave para o desenvolvimento econômico e social do País, a situação atual não se compara à miséria que levou os trabalhadores à Greve de 1917.
Mas lá estava o embrião da organização operária brasileira.
Milton Cavalo é presidente do Centro de Memória Sindical e tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco
Artigo publicado no site Rádio Peão Brasil