Desde que o governo federal começou a divulgar as reformas trabalhista e previdenciária, alardeando, falsamente, a necessidade de fazê-las para o equilíbrio das contas públicas e dizendo que as reformas iriam gerar empregos, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, em unidade com o movimento Brasil Metalúrgico e centrais sindicais, vem batendo duro e mobilizando a categoria para o enfrentamento, nas ruas e nas fábricas, contra as reformas que só vêm para tirar direitos e enfraquecer o movimento sindical.
Os metalúrgicos iniciaram a campanha salarial debaixo do maior ataque aos direitos dos trabalhadores e com objetivo de defender a Convenção Coletiva, documento que garante conquistas histórias da categoria e com várias cláusulas mais benéficas que a CLT, que foi desmontada.
Não recebemos contrapropostas de todos os grupos patronais, que querem que os trabalhadores fiquem sem convenção, para aplicarem a lei trabalhista do jeito que quiserem. Mas estamos avançando e fechando acordos que garantem a reposição integral da inflação do período, abono salarial e a renovação da Convenção Coletiva que, entre outras cláusulas, dá estabilidade no emprego para os acidentados no trabalho, para portadores de doenças profissionais e os que estão próximos de se aposentar.
Os acordos, celebrados com base no negociado sobre o legislado, vão além do que estabelece a nova legislação.
Garantimos cláusula de salvaguarda em relação à lei trabalhista, que proíbe que a gestante trabalhe em local insalubre, a terceirização nas atividades-fim, estabelece que as homologações serão feitas no Sindicato e que as partes voltarão a se reunir em março de 2018 para discutir os impactos da reforma.
Os acordos que celebramos são o parâmetro mínimo e vamos buscar acordos diretos com as empresas dos grupos que não chegaram a um entendimento conosco.
Outras categorias profissionais também estão garantindo a renovação de suas convenções e é desta forma que vamos mudar essa lei perversa. Atuando como frentes unidas na luta contra o retrocesso.
É um importante avanço que barra os retrocessos da lei trabalhista e também aumenta nossas responsabilidades como dirigentes frente ao desmonte imposto pelo governo e o mercado. Não fugiremos da luta!
Miguel Torres
Presidente