Advogados vão receber R$ 1,2 bi pela negociação de acordo sobre poupança

Bancos e poupadores concordaram em pagar cerca de R$ 1,2 bilhão aos advogados envolvidos nas negociações para finalizar o acordo sobre o ressarcimento com as perdas na caderneta de poupança provocadas pelos planos econômicos nas décadas de 1980 e 1990.

O valor deverá ser destinado diretamente ao advogado que indicará, no momento da adesão, os dados de sua conta bancária para o depósito.

Pessoas que participaram das reuniões afirmam que o pagamento dos advogados quase levou as negociações ao fracasso. Mesmo com os principais termos do acordo fechados há cerca de dez dias, alguns representantes de poupadores e de bancos insistiam para que as discussões fossem concluídas em março do próximo ano.

Os advogados criavam barreiras para arrastar a discussão como forma de pressionar para a inclusão dos honorários.

A advogada-geral da União (AGU), a ministra Grace Mendonça, chegou a dar entrevista confirmando o acerto final –o que levou a um tuíte de comemoração do presidente Michel Temer. No entanto, nos bastidores, ainda havia incertezas.

O impasse só foi superado quando, na sexta-feira (8), as partes concordaram em pagar 10% sobre o valor final de cada poupador para os advogados que os representam nas ações.

Nas ações civis públicas, os advogados deverão dividir os 10%. Metade ficará com o advogado e outra parte com a Febrapo (Frente Brasileira pelos Poupadores), pelo trabalho na fase de “reconhecimento da ação coletiva” e sua inclusão no acordo.