Agora há falta de mão de obra


Cleide Silva

Há um ano, o cenário era desolador na Ergomat, empresa fabricante de tornos para o setor metalúrgico. “Sem horizonte”, define o diretor-presidente da companhia, Andreas Meister, após ficar quatro meses sem receber pedidos, inclusive externos. Na ocasião, a empresa demitiu muitos funcionários.

Em janeiro, chamou vários deles de volta, ao confirmar que a retomada do mercado verificada em meados do ano passado.

A metalúrgica emprega hoje 225 trabalhadores, número ainda inferior ao de 2008, mas os planos são de continuidade de abertura de vagas. “A tendência para este ano é mais para contratar do que demitir”, afirma Meister. Segundo ele, a maioria dos funcionários recolocados estava sem trabalho desde que deixaram a empresa.

O grupo Valeo, fabricante de autopeças, ampliou seu quadro em cerca de 100 pessoas no mês passado e hoje tem 4,2 mil funcionários. Há vagas, porém, que não foram preenchidas por falta de mão de obra disponível. Segundo o diretor de Recursos Humanos, Francisco Cuesta, desde dezembro a empresa procura por engenheiros especializados em métodos e processos de fabricação de componentes, sem sucesso. O salário para o cargo gira em torno de R$ 5 mil a R$ 6,5 mil.

Só as montadoras de veículos contrataram em janeiro 1,8 mil trabalhadores, somando quadro total de 126,2 mil pessoas, 300 a mais do que tinha no mesmo mês do ano passado. Enquanto a geração de empregos no segmento cresceu menos de 1% na comparação mensal, a produção de carros aumentou 31,6%.

No grupo das que contrataram estão a PSA Peugeot Citroën, que abriu 700 vagas para iniciar o terceiro turno de trabalho na fábrica de Porto Real (RJ); a MAN/Volkswagen, com 700 novos postos para ampliar a produção de caminhões e ônibus em 25% na fábrica de Resende (RJ) e a Mercedes-Benz, com 250 novas vagas em São Bernardo (SP).