Querendo ou não, precisamos de política e de fazer política, porque precisamos tomar decisões que afetam a todos. Se não participarmos da política outros vão tomar as decisões pela maioria e aí está o problema. Muitos desses que decidem usam a máquina pública em seu favor e em favor de grupos a eles ligados.
Estamos em ano eleitoral e, mais do que nunca, é importante que a classe trabalhadora participe mais desse processo, discuta e eleja candidatos comprometidos com suas reivindicações e com a defesa dos seus direitos no Congresso Nacional, nos governos estaduais, nas assembleias legislativas e na Presidência da República.
As questões políticas estão afetando a vida dos trabalhadores de forma bastante agressiva, sem o foco de encaminhar soluções para diminuir as desigualdades e promover cidadania.
O governo federal congelou as verbas para educação e saúde por 20 anos, aprovou uma reforma trabalhista que acaba com a carteira de trabalho e aponta os direitos trabalhistas como privilégios que impedem as empresas de crescerem, quer aprovar uma reforma da Previdência que vai impedir o trabalhador de se aposentar, pra dizer o mínimo. Em contrapartida juízes e ministros têm isenção de impostos, auxílio moradia, os melhores planos de saúde extensivos a toda a família, se deslocam em aviões da FAB enquanto milhões de trabalhadores amargam o desemprego, moram nas ruas ou “de favor”, andam a pé porque não têm dinheiro pra pagar a condução, contam os trocados para comprar o arroz e o feijão, sofrem nas filas dos hospitais públicos, do remédio, amargam para receber um auxílio-doença, além de tantas outras injustiças.
É preciso entender que enquanto não nos politizarmos vamos continuar recebendo migalhas e “favores” e alimentando quem está se lixando para a população e os trabalhadores.
Miguel Torres
Presidente