De 56 mil vagas com carteira abertas em março, 6.400 foram em trabalho intermitente ou parcial, segundo o Caged. E quem é contratado continua ganhando menos do que o demitido
Segundo o ministério, seis dos oito principais setores tiveram crescimento, com destaque para serviços, que abriu 57.384 postos de trabalho com carteira (0,34%). A indústria de transformação criou 10.450 (0,14%) e a construção civil, 7.728 (0,38%). Na outra ponta, a agropecuária fechou 17.827 vagas (-1,13%) e o comércio, 5.878 (-0,07%).
Foi o primeiro resultado positivo para o mês em três anos. Em março de 2016 e 2017, o Caged registrou eliminação de empregos. O melhor resultado de março foi o de 2010, quando o saldo atingiu 266.415 vagas formais, mais que o acumulado no primeiro trimestre deste ano (204.064) e em 12 meses (223.367).
Contratações
No chamado trabalho intermitente, criado pela Lei 13.467, que o governo chama de “modernização trabalhista”, houve 4.002 admissões e 803 dispensas, com saldo de 3.199, sendo 1.506 em serviços, 617 na indústria e 538 na construção, entre outros setores.
Já no regime de trabalho parcial, o Caged registra 6.851 contratações e 3.658 demissões, com saldo de 3.193. Assim, dos 56 mil empregos a mais no mês passado, quase 6.400 (11%) foram nessas duas modalidades, que incluem ocupações precárias.
Além disso, o mercado vem sistematicamente “trocando” trabalhadores e contratando por salário menor. A remuneração média dos que foram demitidos em março era de R$ 1.650,88, enquanto o ganho médio dos contratados foi de R$ 1.496,58 – diferença, para menos, de 9,3%.
A “modernização” prevê ainda desligamentos de pessoal mediante acordo, em que o empregado abre mão de parte de seus direitos. No mês passado, foram 13.522 desses acordos, em 9.775 estabelecimentos.