Manaus – O número de demissões homologadas no Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM) entre janeiro e fevereiro deste ano cresceu 74% na comparação com o mesmo período de 2011, chegando a 3.535 pessoas demitidas no Polo Industrial de Manaus (PIM). No primeiro bimestre do ano passado, o total de homologações foi de 2.031. As demissões atingiram empregados dos setores Eletroeletrônico, Duas Rodas, Naval e Metalúrgico.
Os números reforçam o saldo negativo dos empregos na indústria no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego referente a janeiro. Enquanto as admissões foram de 4.642, as demissões ficaram em 4.798.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, explica que os funcionários demitidos no início deste ano eram temporários e não tiveram o contrato renovado. “Em geral, os temporários contratados em outubro para atender à demanda do Natal, foram dispensados nesse início de ano”, afirma. Quando questionado quanto ao acréscimo de 74% nas rescisões, o presidente da Fieam afirmou que as contratações no final de 2011 foram bem superiores que as de 2010.
Segundo o Sindmetal-AM, as homologações são de funcionários efetivos, aqueles com carteira assinada, e não de temporários. No último caso, são empregados com contratos de trabalho com tempo determinado.
De acordo com o secretário de Políticas Intersindicais do Sindmetal-AM, Aivê Barbosa, a diretoria da entidade se reuniu para decidir quais encaminhamentos vai levar às empresas e à Suframa. O secretário disse também que o sindicato vai procurar o Ministério Público do Trabalho (MPT).
Os dados do Sindmetal-AM mostram que os setores que mais demitiram no primeiro bimestre do ano foram o de Eletroeletrônico, com 2.333 rescisões, e Duas Rodas, com 494. O aumento de demissões em empresas do segmento Eletroeletrônico chega a 91%, já que nos primeiros meses de 2011 cerca de 1.221 trabalhadores foram dispensados. No Polo de Duas Rodas, as rescisões subiram 79,6%, saindo da marca de 275 demitidos no primeiro bimestre de 2011 para quase 500 em 2012.
Demissão
O auxiliar de produção Denis Machado, 43 anos, foi um dos trabalhadores que procuraram o Sindmetal para homologar sua demissão da Caloi. Após oito anos e 11 meses na empresa, foi desligado da fábrica por conta do ‘reajuste de quadro’. “Junto comigo, mais oito receberam as contas pelo mesmo motivo”, afirma.
No final do ano passado, entidades ligadas à indústria afirmaram que a expectativa era contratar 3,5 mil dos 7 mil temporários recrutados, números que se confirmaram no Caged de janeiro.
Fonte: D24am (AM)