Trabalhadores e empresários preparam manifestação do dia 4

Paulo Segura

Os presidentes do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres, e da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, receberam, na manhã desta sexta-feira (23), entidades empresariais, donos de empresas de diversos setores e dirigentes sindicais de várias categorias para um café da manhã, para discutir a organização da manifestação no dia 4 de abril, na Assembleia Legislativa de São Paulo, contra a desindustrialização e pelo emprego. O evento foi realizado no Palácio do Trabalhador, na Liberdade.

Paulo Segura

Presidente Miguel Torres: unidade pelo Brasil

Além de ressaltar a importância do movimento “Grito de Alerta em favor da produção nacional e dos empregos”, os participantes aprovaram a proposta de levar o maior número possível de pessoas ao ato do dia 4. A sugestão foi do presidente do Sindicato, Miguel Torres, que destacou a importância da união capital e trabalho em defesa da produção nacional e dos empregos e contra as importações desenfreadas.

“Já fizemos várias reuniões para chegar até aqui e concluímos que se não estuvermos unidos, não vamos conseguir enfrentar essas dificuldades. Queremos chamar a atenção da sociedade para a importância de o país ter uma política em defesa da indústria nacional e poder gerar emprego. Essa é a unidade em favor do Brasil”, ressaltou.

Jaelcio Santana

Paulinho: desindustrialização está violenta

Paulinho da Força expôs a preocupação com as demissões que estão ocorrendo na Zona Franca de Manaus, no ABC e em vários segmentos que, num primeiro momento, parecem fatos pequenos e isolados, mas que, na verdade, são sérios e mostram que a desindustrialização está violenta.

“É difícil explicar para a sociedade o processo de desindustrialização vivido pelo País, onde há geração de empregos nos serviços e no comércio, mas não na indústria, que tradicionalmente gera os melhores empregos e salários. É preciso equilibrar o dólar, baixar os juros e aprovar a Resolução 72 (contra a guerra fiscal), do Senado, entre outras medidas”, disse Paulinho.

Para o vice-presidente da Fiesp, Nildo Masini, o governo não está enxergando o que está acontecendo. “Em 2006, a indústria teve superávit da balança comercial de US$ 6 bilhões. No ano passado registrou déficit de US$ 93 bilhões  e, neste ano, as estimativas são de que o déficit atinja US$ 120 bilhões, o que significa perda de empregos.”

Muitos números de desemprego, declarou Masini, “não estão aparecendo, especialmente das médias e pequenas empresas, que não investem se não tiverem consumo. Precisamos manter a união e fazer marcação cerrada, mês a mês para que o governo atenda as reivindicações”, disse.

Carlos Pastoriza, vice-presidente da Abimaq (máquinas), disse que a mobilização contra a desindustrialização quebrou dois paradigmas: a participação de empresários em atos públicos públicos e de mãos dadas com trabalhadores. “Vamos transformar esta onda em atos maciços”, ressaltou.

Na área da indústria química, o presidente da Fequimfar, Sergio Luiz Leite, Serginho, apontou como novos e importantes o fato de agora serem ouvidos e que o governo está se movimentando. Já o presidente da Abiquim, Fernando Figueiredo, citou o déficit que o setor registra e o potencial que tem para receber investimentos, mas que, na prática, não acontece devido às dificuldades que levam à desindustrialização. “Dia 4 precisa ser o Encontro da Virada”, enfatizou.

Sérgio Marques, presidente do Sindicato dos Têxteis de SP, e Eunice Cabral, presidente da confederação do setor e do Sindicato das Costureiras de SP e Osasco, lembraram que desde a abertura da economia realizam atos em defesa da indústria nacional. O superintendente da Abit, Renato Leme, considerou que a sociedade não pode aceitar que o País viva apenas do solo e subsolo, referindo-se à agricultura e mineração.

Dorival Biasia, vice-presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos e Eletrônicos, afirmou que “há anos o setor luta contra a desindustrialização, e hoje as empresas não estão fabricando praticamente nada.”

Jaelcio Santana

Assessorias de imprensa da Força Sindical e do Sindicato dos Metalúrgicos SP