Excetos uma pequena nota no Estadão e matéria no Valor a greve e as manifestações do funcionalismo público da cidade de São Paulo não têm merecido registro da mídia grande.
Relembremos: imediatamente antes e depois do Natal do ano passado a Câmara dos vereadores aprovou um novo regime previdenciário municipal que arrochou as condições de aposentadoria e aumentou os descontos obrigatórios.
O funcionalismo manifestou-se maciçamente contra com manifestações impressionantes e pacíficas (do lado dos funcionários), mas a confusão deliberada dos projetos, as sucessivas manobras regimentais e a chantagem do executivo, aliadas à desmobilização decorrente das férias e das festas natalinas garantiu a aprovação.
As direções sindicais e associativas determinaram ainda em dezembro a realização de uma greve de protesto a começar no dia 4 de fevereiro. A greve aconteceu juntamente com uma nova manifestação na sede da Prefeitura.
Neste período anterior à greve as direções ampliaram a pauta inicial que exigia a revogação da lei recém-aprovada incluindo a defesa dos direitos dos trabalhadores, sem arrochos e confiscos, a valorização profissional dos servidores e reajuste salarial com base na inflação acumulada em 2017 e 2018.
É preciso que se compreenda a dinâmica das manifestações e da greve para avaliar suas efetividades.
No dia 4 de fevereiro, uma segunda-feira, começou a greve imediatamente após o período de desmobilização dos funcionários e houve manifestação na sede da Prefeitura. Nela, como assembleia, foi aprovada sua continuidade e marcada nova concentração no dia 7, referendadas ambas as determinações por assembleias setoriais nas bases organizadas do funcionalismo.
A manifestação do dia 7 foi maior e mais unitária que a manifestação do dia 4 e resultou em uma passeata pelas ruas da cidade.
As entidades que têm dirigido as manifestações e organizado a greve reconhecem que ela é mais efetiva nos dias em que há manifestação, o que funciona como estímulo. Há um impasse.
Além da greve que continua e do reforço da pauta ampliada foi convocada uma nova concentração no dia 13.
A expectativa das direções é que o prefeito Bruno Covas, sensibilizado pela mobilização e pela greve e alertado pela pauta ampliada aceite dialogar e abrir negociações com o Fórum dos Funcionários criando condições para a saída do impasse.