De São Paulo
Os metalúrgicos, categoria sindical mais forte do país, injetarão R$ 6,2 bilhões na economia via pagamento do 13º salário a 2,4 milhões de trabalhadores, de acordo com estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) cedido com exclusividade ao Valor. O montante é 9,8% maior que o distribuído em 2011 e representa cerca de 5% do total que será injetado na economia brasileira com o pagamento do benefício, garantido a trabalhadores formais, aposentados e pensionistas. A partir do pagamento desse valor, calcula-se que o salário médio da categoria esteja em R$ 2.626,41.
O Dieese estima que o benefício a ser pago para 80 milhões de pessoas neste ano injetará R$ 130,5 bilhões na economia do país, sendo que, desse total, R$ 37,8 bilhões vão para aposentados e pensionistas. Os demais R$ 92,7 bilhões serão pagos a trabalhadores no mercado formal, tanto no setor público quanto no setor privado.
Dentro do montante pago ao setor formal, serviços responde pela maior parcela. Aos 25 milhões de trabalhadores em atividade em serviços serão pagos cerca de R$ 55 bilhões via 13º salário. Em seguida vêm a indústria, que injetará R$ 18,6 bilhões; comércio, com R$ 11,4 bilhões; construção civil, com R$ 4,6 bilhões; agropecuária, com R$ 1,7 bilhão; e empregados domésticos, com R$ 1,4 bilhão.
Considerando a participação dos metalúrgicos de todas as centrais, o pagamento do 13º salário da categoria (R$ 6,2 bilhões) responderá por um terço do total da indústria (R$ 18,6 bilhões). “Essa parcela é alta não somente pela grande quantidade de trabalhadores, mas também devido ao salário médio elevado. O salário dos metalúrgicos é o mais elevado da indústria de transformação”, diz José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Dieese.
Os metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) estão entre os trabalhadores que puxam a média salarial para cima – e, consequentemente, o valor do 13º salário. Segundo o Dieese, a remuneração média dos cerca de 107 mil trabalhadores filiados ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Paulo, filiados à CUT, é de R$ 4.327,39. Apesar de ainda estarem em negociação, 85% dos metalúrgicos da CUT em São Paulo já conseguiram um reajuste salarial de 8% neste ano, o que representa um ganho real de 2,48%.
“Os acordos dos metalúrgicos servem como referência para muitos sindicatos. O 13º da nossa categoria é extremamente representativo do ponto de vista de injeção de recursos na economia do país”, diz Valmir Marques, presidente da Federação dos Metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo. Em todo o país, a CUT tem mais de 780 mil metalúrgicos filiados.
Os metalúrgicos em SP, considerando todas as centrais, respondem por 52% do total que será injetado na economia, pela categoria, via pagamento do 13º salário. No Estado, o benefício distribuído totalizará R$ 3,2 bilhões, de acordo com as estimativas do Dieese. Minas Gerais, com 11% do total, e Rio Grande do Sul, com 9%, também estão entre os Estados com maior força entre os metalúrgicos. (CG)