O 28 de abril, mais do que uma data, é uma campanha global proposta pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) e adotada pelo Brasil – pela lei Nº 11.121, de 25 de maio de 2005 – com o intuito de provocar a consciência de toda a sociedade em relação à drástica realidade de acidentes e doenças ocasionadas pelo trabalho.
De acordo com dados e estimativas do Ministério Público do Trabalho, divulgados na Plataforma SmartLab, pelo campo do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, ocorreram desde 2012:
- 344.829 -Acidentes de Trabalho
- 528– Mortes provocadas pelo trabalho
- 506.235– Diasde trabalho perdidos com afastamentos acidentários.
Em outra perspectiva, uma média anual de mais de 700 mil trabalhadores acidentados e adoecidos e 2.700 mortos em decorrência da atividade laboral; com uma importante ressalva: estes números estão restritos ao universo de carteiras assinadas e notificações registradas oficialmente ao INSS. Não é considerada aqui a estimativa de acidentes, doenças e mortes subnotificados.
A verdade é que os números oficiais são alarmantes e trágicos, suficientemente para despertar na sociedade uma responsabilidade similar a esta que se vivencia com as medidas de proteção coletiva e individual adotadas na prevenção e no combate ao Coronavírus.
Entretanto, ao contrário disto, parece que ambiente de trabalho seguro e uso de EPIs nas atividades laborais não soam tão essenciais aos ouvidos da sociedade como é o atual isolamento e distanciamento social, o álcool gel e o uso de máscara.
Atualmente, profissionais das classificadas atividades essenciais, sobretudo os da saúde, estão se colocando como heróis. E como tais devem sim ser reconhecidos por todos, pois mantêm-se na linha de frente da batalha contra a presente pandemia, sob o risco de contaminação de uma doença ainda sem freio, para que a maior parte da sociedade possa ficar mais protegida em casa.
Entretanto, quando superada tal moléstia, não nos esqueçamos de continuar a considerar o heroísmo destes e de tantos outros trabalhadores que se submetem diariamente a riscos de acidentes, doenças e até mesmo de morte, em ambientes de trabalho inóspitos, insalubres e perigosos para que a mesma sociedade – despreocupada – possa usufruir de bens, proteção, lazer etc.
Por ora, neste dia 28 de abril de 2020, nossa sincera manifestação de respeito e consideração à memória de todos os profissionais que deram suas vidas para que pudéssemos sobreviver a esta pandemia. E com o mesmo apreço, fazemos menção deste dia como um tributo a todas as vítimas de acidentes e doenças do trabalho, no Brasil e no mundo todo.
Por Departamento de Saúde do Trabalhador do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes