A pressão torna os patrões mais flexíveis

Grandes categorias estão em campanha salarial neste semestre, como comerciários, químicos, metalúrgicos e gráficos, entre outras. Os dirigentes que já se reuniram por pelo menos uma vez com os patrões testemunharam a choradeira deles: não é possível dar aumento real de salário porque as empresas vão mal, não tiveram lucro, podem quebrar, e outras bobagens.

Como diz o mote da campanha salarial da Federação dos Gráficos do Estado de São Paulo, “Chorinho, só com flauta e cavaquinho!” Todo o ano é a mesma história. Já sabemos disso. A questão que está colocada é o que fazer para enfrentar os patrões e obrigá-los a se tornarem flexíveis diante das nossas reivindicações, especialmente o aumento real?

Os dirigentes sindicais precisam informar os trabalhadores sobre o andamento das negociações, debater formas de mobilização e realizar manifestações de protesto. Os químicos acertaram uma série de atos em frente às fábricas este mês. Os metalúrgicos também estão promovendo ações de massa.

O movimento sindical precisa lutar para arrancar, no mínimo, entre 2% e 3% de ganho real, como ocorreu nas campanhas salariais do primeiro semestre de 2012, segundo pesquisa do Dieese. O levantamento do instituto mostra que das 370 unidades de negociação, 29% delas conquistaram entre 2% e 3% de aumento real; e, em 14%, os ganhos reais ultrapassaram 4%.

Portanto, nas negociações com os patrões, vamos procurar na medida do possível não firmar acordos com aumento real abaixo destes índices. E, na medida do possível, deflagrar greves para amansar os patrões.

Por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho
Presidente da Força Sindical e Deputado Federal pelo PDT
Opinião publicada no ForçaMail