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Abismo social nos EUA preocupa sindicalismo local, alerta Miguel Torres

Miguel Torres, Ray Curry (diretor da UAW), Paulo Cayres e Mancha

O sindicalismo norte-americano está preocupado com o aprofundamento do abismo entre ricos e pobres. Por isso, o UAW – United Auto Workers – em seu 37º Congresso, recém-realizado em Detroit, centrou o debate em torno dos temas solidariedade, proteção ao emprego e melhoria salarial.

Miguel Torres representou a Força Sindical e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, entidades sob sua presidência. Ele e o delegado da Inglaterra falaram pelas delegações internacionais. “A sensação de que existem duas Américas, a rica e a pobre, é crescente”, afirma o dirigente.

Miguel conversou na segunda, 18 de junho de 2018, com a Agência Sindical.

Recuperação salarial – “A grande preocupação dos companheiros é recuperar o patamar salarial rebaixado com a crise do subprime, ocorrida há alguns anos. Parte já se recuperou. Mas agora eles buscam avanços”.

Garantir a sindicalização – “Há forte resistência patronal com a sindicalização. Pelos padrões de relações do trabalho deles, o sindicalizado tem salário normatizado, e maior, assim como garantias e benefícios de que os demais não desfrutam”.

São três países – “O Sindicato UAW foi fundado em 1935, em Detroit, representando trabalhadores de montadoras, siderúrgicas e outros setores. A entidade agrega hoje metalúrgicos dos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico”.

Piorou com Trump – “A avaliação generalizada dos companheiros é que a situação trabalhista piorou com a ascensão de Donald Trump, cujo governo não tem diálogo com o movimento sindical. Outro problema que aflige os sindicalistas é a separação, pelo governo, das famílias de migrantes, criando verdadeiros campos de concentração”.

Eleições legislativas – “A exemplo do que acontece aqui, os trabalhadores não se sentem bem representados na Câmara e no Senado norte-americanos. Por isso, nas eleições que se aproximam, há um empenho em ampliar o número de parlamentares comprometidos com as questões trabalhistas e sindicais”.

Fundo de greve – “O Congresso também encaminhou deliberação pelo aumento do Fundo de Greve. Hoje, a UAW dispõe de US$ 138 milhões, originários da contribuição de duas horas de trabalho de cada empregado. Eles pretendem elevar a contribuição para duas horas e meia. Esse Fundo Solidário apoia e acode grevistas, ajudando na compra de mantimentos, de remédios e outros gêneros necessários”.

Parcerias seguem – “O 3º Congresso também foi uma oportunidade de ampliarmos as parcerias e fazer novos eventos, como um novo seminário internacional previsto para Resende, no Rio de Janeiro”.

Lula free – “Os congressistas aprovaram moção de apoio pela liberdade de Lula. Os companheiros também consideram a ideia de fazer, em breve, uma nova visita ao ex-Presidente, preso em Curitiba”.

Pelo Brasil, participaram também Paulo Cayres (CNM/CUT) e Luiz Carlos Prates (Mancha) pelo Conlutas. O Congresso do UAW elegeu Gary Jones seu novo presidente. Miguel Torres entende que a mudança não vai alterar as alianças regionais entre as entidades de classe.