Um vazamento de gás de grandes proporções, seguido de pequenos incêndios, atingiu no final da tarde desta quinta-feira, dia 14 de janeiro, o pátio de cargas da empresa Localfrio, de armazenagem de contêineres, no Guarujá, no litoral de São Paulo, e liberou uma gigantesca nuvem de fumaça, que chegou a alcançar o vizinho porto de Santos.
“Novamente testemunhamos um acidente relacionado ao segmento químico na Baixada Santista. Até quando isso vai continuar. Muitas discussões, oficinas e reuniões foram realizadas, sempre com o apoio de nossa Federação e do Sindicato dos Químicos da Baixada, como prevenção e alerta a todos estas falhas, que colocam em risco a vida de milhares de trabalhadores, suas famílias e comunidades. Nossos esforços estão voltados para que as autoridades tomem as devidas providências, para que sejam sanados os riscos originados desse novo acidente, e também para a sua elucidação, e que seja cumprida, em todos os seus aspectos, a legislação de prevenção e segurança”, declara Sergio Luiz Leite, Serginho, presidente da FEQUIMFAR e 1º Secretário da Força Sindical.
Herbert Passos Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e de Fertilizantes da Baixada Santista, considera um absurdo que esse tipo de acidente volte a acontecer. Passos ressalta todos os questionamentos e alertas, as cobranças junto às autoridades, visto o crescente numero de acidentes verificados na região. “A falta de fiscalização e prevenção precisa ser remediada. Não podemos mais conviver com esse tipo de insegurança. E por tudo isso, cabe às autoridades a maior reponsabilidade pelos acidentes. Como pode uma empresa demorar mais de três horas para divulgar o nome do produto químico que provocou o incêndio e a fumaça tóxica? Exigimos as devidas explicações da empresa e das autoridades”, diz Passos.
Segundo as noticias divulgadas pela imprensa, por volta das 15h30, ocorreu uma reação química entre um produto conhecido como ácido dicloroisocianurato de sódio, que estava armazenado, e água, que invadiu o contêiner, causando a fumaça.
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), responsável pela área, foi quem identificou o cloro isocianúrico de sódio como causador do acidente.
A empresa não esclareceu se o material é perigoso, mas afirmou, por volta das 18h desta quinta-feira, que o vazamento estava controlado, embora a fumaça ainda fosse visível.
A fumaça, que chegou a Santos, foi vista a quilômetros de distância. Pelo menos 39 pessoas tiveram que ser atendidas em hospitais após terem sido intoxicadas pela fumaça, moradores do Guarujá relatam que a mesma provocou náusea e dores de cabeça.
As atividades das empresas na região foram suspensas por precaução. A prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito, pediu aos moradores do local do acidente que abandonem suas casas e busquem abrigo com parentes e amigos até que a situação seja controlada. A prefeita qualificou a situação como “grave” e anunciou a criação de um “comitê de crise” para atender a emergência.
As autoridades ambientais enviaram especialistas para avaliar os impactos do incidente. Uma das estradas laterais que comunicam o porto de Santos com a vizinha Guarujá foi fechada por precaução e a comunicação entre os dois municípios em um de seus sentidos está sendo feita através de balsas.