Por Virgínia Silveira | De São José dos Campos
O acordo fechado entre a General Motors e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no sábado, afastando temporariamente a possibilidade de demissão em massa na unidade instalada no município, será apresentado amanhã em assembleia dos trabalhadores.
Só depois de aprovado pelos trabalhadores, segundo o diretor de relações institucionais da GM, Luís Moan, é que começará o período de “lay-off” (suspensão temporária dos contratos de trabalho) para 940 funcionários e também será aberto um programa de demissão voluntária para todos os 7,5 mil empregados.
Atualmente, segundo Moan, o complexo industrial de São José dos Campos é o menos competitivo do grupo no Brasil e possui excedente de 1,8 mil funcionários. O executivo ressaltou ainda que o setor de montagem de veículos continuará operando até o final de novembro, a uma cadência de 20 veículos por hora, garantindo o emprego de aproximadamente 900 funcionários.
“Manteremos a produção do Classic em ritmo abaixo da capacidade da fábrica”, disse. Depois de quatro meses, segundo o executivo, o Classic deixará de ser produzido em São José. Para o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o mais importante foi afastar as demissões em massa e garantir a produção do Classic, ainda que temporária.
Nos próximos 60 dias a GM e o sindicato vão buscar alternativas que permitam aumentar a competitividade em São José e afastar o risco de fechamento da fábrica.
Entre os itens que serão colocados em pauta, segundo Moan, estão a implantação do banco de horas, jornadas de trabalho mais flexíveis e nova grade salarial. Os mesmos temas já haviam sido discutidos em 2008, mas na época não houve acordo.
“A negociação dessas questões estratégicas é fundamental para a sobrevivência do complexo. Com a existência de uma relação mais madura com o sindicato, a GM dará prioridade a São José dos Campos no seu plano de investimentos para o futuro”, afirmou o diretor da montadora.
O acordo foi fechado no sábado, depois nove horas de reunião, da qual também participaram o secretário de Relações do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, Manoel Messias de Melo, o secretário estadual do Trabalho, Carlos Ortiz, o coordenador nacional da Central Sindical Popular (CSP-Conlutas), José Maria de Almeida, e o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury.