Adiamento da votação do Código Florestal gera embate entre governo e oposição

A falta de acordo para votação nesta semana do projeto do novo Código Florestal (PL 1876/99) esquentou o clima entre os líderes do Democratas, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), e do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP). O oposicionista acusou o líder do governo de não cumprir o acordo firmado para que o texto do Código Florestal fosse votado na semana passada. A votação no último dia 11 foi suspensa por intervenção de Vaccarezza, que pediu aos partidos da base aliada para apoiarem o adiamento em função da falta de acordo entre os partidos de base sobre determinados pontos do texto. Segundo o líder do governo, o código só será votado na próxima terça-feira (24)

Diante do clima de tensão instaurado no Plenário, o 1º vice-líder do PMDB, Mendes Ribeiro Filho, pediu o encerramento da sessão. “A esse ponto, eu não concordo sequer com a leitura da MP. Vamos encerrar essa sessão”, afirmou.

Embate
ACM Neto também criticou a intenção do governo de incluir, na MP 517/10, a mudança nas regras de licitações para obras dos eventos esportivos mundiais, o chamado Regime Diferenciado de Contratações (RDC), que foi incorporado por emenda da relatora, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), ao texto da MP 521/10. “Os deputados que concordarem com essa manobra estarão virando marionetes do governo”, criticou.

Ele insistiu na votação de um requerimento para a votação imediata do Código Florestal. “Os deputados que votarem contra a votação do código estarão dando um sinal de que não têm compromisso verdadeiro com a votação desse tema. Se deixarmos o governo passar por cima votando MPs, nossos mandatos vão valer cada vez menos”, enfatizou.

O líder governista, por outro lado, disse que o discurso do colega oposicionista é uma “declaração de guerra” que foi aceita pelo governo. “A intenção do líder do Democratas é impor uma derrota ao governo, e não aprovar o código”, afirmou. Ele defendeu a votação de MPs nesta semana. “A votação do código está marcada para dia 24. Se o líder do Democratas acredita ou não, é problema dele. Mas não podemos paralisar a Casa até a votação dessa proposta”, destacou.

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Marcos Rossi