SÃO PAULO – Cerca de 93% das 353 negociações salariais registradas no primeiro semestre de 2011 obtiveram reajustes iguais ou acima da inflação. Os dados fazem parte de um balanço divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Segundo o Dieese, o desempenho verificado em 2011 revela um quadro semelhante ao registrado em 2010, sendo o percentual de negociações com reajustes inferiores à inflação de 7%, em 2011, e de 4%, no ano passado.
Ao todo, 84% das categorias conseguiram reajustes acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – valor 3 pontos inferiores ao mensurado no ano passado, quando 87% dos trabalhadores receberam o aumento.
Índice dos reajustes
Na tabela a seguir, é possível verificar todos os percentuais de reajustes:
Destaques por setor
Entre os setores da economia analisados, o que mais teve negociações que resultaram em reajustes acima da inflação no primeiro semestre foi o Comércio, com 97,7% – mesmo percentual verificado em 2010. As negociações do setor conseguiram aumentos reais de 2,3% e não tiveram reajustes abaixo do INPC.
Já na Indústria, 87% das negociações ficaram acima do INPC. Na comparação com 2010, houve alta de 0,7 ponto percentual. Na análise da distribuição dos aumentos reais da indústria, o Dieese lembra que o setor industrial sofreu uma redução nos resultados em relação à 2010, expressos tanto pela redução do patamar mínimo (maior perda salarial foi de 2,32% abaixo do INPC-IBGE), como também do patamar máximo (maior aumento real foi de 5,19%).
O setor de Serviços, porém, se destacou, por registrar 13% das negociações com reajustes insuficientes para repor o poder aquisitivo dos salários. Contudo, em 2011, foi registrado o segundo maior percentual de reajustes acima da inflação da série no setor.
Análise por região
O Dieese constatou que o Centro-Oeste (97%) apresentou a maior parte das negociações com reajustes acima da inflação entre as regiões brasileiras. A seguir, estão as regiões Sul (88,2%), Sudeste (85,6%) e Nordeste (77,6%). O Norte registrou o menor número de acordos, ficando com 69,2%.