Atividade industrial em SP teve queda recorde em 2009


Recuo foi de 8,5%, puxado pelo setor de máquinas e equipamentos, mas o índice subiu 2,4% em dezembro

A atividade industrial no Estado de São Paulo teve crescimento de 2,4% em dezembro do ano passado, em relação a novembro, com ajuste sazonal, segundo dados divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No ano, porém, houve queda recorde de 8,5%.

Sem ajuste sazonal, o Índice de Nível de Atividade (INA), calculado pela Fiesp, caiu 7,6% em dezembro, na comparação com novembro. Em relação ao mesmo período de 2008, o indicador saltou 21,2%. A queda em 2009 foi a maior da série histórica da Fiesp, iniciada em 2003.

A entidade informou ainda que o nível de utilização da capacidade instalada, com ajuste sazonal, atingiu 83,2% em dezembro, ante 82% em novembro e 78,2% em igual período de 2008.

A atividade industrial paulista cresceu com força em dezembro, ajudando o setor a consolidar a previsão de que 2010 deixará totalmente para trás os efeitos da crise global que provocaram a queda recorde em 2009. A retomada se dará com base na demanda doméstica e também com mais exportações, num quadro de recuperação mundial.

Para este ano, Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, estima expansão de 13,5%. Seria o segundo melhor desempenho da série, ficando atrás apenas do crescimento de 13,8% visto em 2004.

Segundo Francini, 70% desses 13,5% (cerca de 9 pontos porcentuais) de expansão vêm de carregamento estatístico, depois do recuo no ano passado. “Os dados nos dão um horizonte de continuidade do que estamos vivendo, que é de recuperação”, disse Francini.

Ele citou o Sensor da Fiesp, um indicador antecedente que mede o humor do empresário no mês corrente. O índice manteve-se acima da linha de 50, que divide o otimismo do pessimismo, marcando 53,9 pontos em janeiro, ante 50,7 em dezembro.

SETORES

No ano passado, o destaque de queda entre os setores foi o de máquinas e equipamentos, com 25,2%. A partir de meados do ano, no entanto, esse segmento – que é um termômetro dos investimentos industriais – já começou a esboçar recuperação, crescendo 2,8% em dezembro ante novembro, com ajuste sazonal.

“(O setor de) máquinas e equipamentos foi fortemente afetado pela crise. Há uma melhora mais no fim do ano da visão do empresário sobre o futuro”, disse Francini.

Por outro lado, alimentos e bebidas passaram sem arranhões pela crise, fechando 2009 com crescimento de 7,4 %. Esse segmento depende mais da renda do consumidor do que do crédito, que foi mais afetado pela turbulência global.