Atos nas zonas sul e leste defendem produção e emprego

Fotos Paulo Segura

Trabalhadores de fábricas da região leste aprovam luta contra desindustrialização

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC realizaram na quinta-feira, 7 de julho, pela manhã, duas manifestações nas zonas sul e leste da capital em defesa da indústria e do emprego e contra a desindustrialização.

Os atos contaram com a participação de cerca de mil trabalhadores da Engemet e ThyssenKrupp, na zona sul, da Schioppa, Redecar, Binkafé, Vlados, Kato e Rodagás, na zona leste. Na segunda-feira, dia 4, a mobilização foi na fábrica Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo.

Manifestação nesta sexta-feira
As mobilizações são preparatórias para uma grande manifestação a ser realizada nesta sexta-feira, dia 8, pelos dois sindicatos, pela CUT e Força Sindical, a partir das 7h, no Km 12,5 da Via Anchieta, divisa com São Paulo com São Bernardo.

Estas ações são um desdobramento do Seminário “Brasil do Diálogo, da Produção e do Emprego”, realizado no final do maio pelo nosso Sindicato, Sindicato do ABC, Força Sindical, CUT e a Fiesp.

“Queremos barrar o acelerado processo de desindustrialização, provocado pela invasão de produtos importados, e exigir ações do Governo para preservar os empregos de qualidade no Brasil”, disse Miguel Torres.

Segundo Miguel, a importação desenfreada está acabando com a cidadania dos trabalhadores brasileiros. “Vamos ter subemprego e salários baixos. Nossos empregos estão sendo terceirizados na China”, disse.

Miguel Torres explicou que os produtos vêm prontos de fora, os carros estão chegando sem nenhum componente nacional, ou seja, “estamos perdendo competitividade e mercado de qualidade”.

Sérgio Nobre, presidente dos metalúrgicos do ABC, lembrou que na década de 90, as empresas fugiam de São Paulo para o interior, em busca de salários mais baixos e incentivos fiscais, para reduzir custo. Mas, hoje, segundo ele, a situação está bem pior.

“Estamos vendo o Brasil crescer, mas importando muito. São máquinas, equipamentos, eletroeletrônicos, com alta tecnologia, que estão apenas sendo montados aqui. Este ano vamos importar um milhão de carros, estamos gerando empregos no comércio e setor de serviços, enquanto a indústria de transformação, que gera empregos de mais qualidade, salários maiores e qualificação, está sendo destruída”.

Para os sindicalistas, os trabalhadores precisam se mobilizar e pressionar os governos para a reverter essa situação e garantir uma nacional indústria forte.

A pauta dos metalúrgicos pede:

  • Fortalecimento da negociação coletiva e representação sindical no local de trabalho
  • Defesa da geração de empregos com bons salários
  • Ampliação das vagas para o ensino técnico e tecnológico nas instituições federais
  • Aprimoramento do financiamento à inovação tecnológica
  • Criação de canais formais de diálogo e negociação entre governo, empresários e trabalhadores
  • Revisão da condição da China como economia de mercado 
  • Redução das taxas de juros
  • Implantação de um modelo tributário progressivo.

Ato na zona sul: Miguel Torres no ato na Vila Liviero fala dos riscos da desindustrialização

 


Ato na zona sul: Sérgio Nobre denuncia que indústria em geral sofre com importações

Ato na zona leste: Sérgio Nobre e Miguel Torres unidos na luta

Coordenador Adriano mobilizou trabalhadores de fábricas da zona leste

Diretor Mala mobilizou os trabalhadores de fábricas da zona sul