Fernando Torres e Carolina Mandl | De São Paulo
Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander seguraram enquanto puderam os repasses da alta da taxa de juros para as linhas do crédito consignado voltadas para os servidores públicos e beneficiários do INSS. Por causa da grande concorrência no segmento, os cinco maiores bancos do país apertaram suas margens e mantiveram praticamente estáveis as taxas para esses clientes, conforme levantamento do Valor com base em dados do Banco Central.
Mas após a última elevação da Selic em 0,5 ponto percentual, no início de janeiro, para 10,5% ao ano, os bancos começam a avaliar que não é possível manter essa situação. “Estamos no osso. Vou ter que fazer um ajuste técnico”, disse um alto executivo de uma instituição financeira, indicando que haverá repasse ainda em janeiro.
Em outras linhas de crédito, os bancos públicos já estão elevando os juros, diminuindo a diferença em relação às taxas cobradas pelos bancos privados. Por causa da elevação nos custos de captação, Banco do Brasil e Caixa – esta última em menor grau e apenas para as pessoas jurídicas – estão subindo o preço que cobram nos empréstimos aos clientes.
Em seis linhas à pessoa jurídica acompanhadas sistematicamente pelo Valor, o BB fez repasse acima da Selic em cinco, e a Caixa, em duas. Já entre os bancos privados, que não reduziram tão intensamente as taxas no passado, a expectativa é que os repasses sejam mais moderados agora.