Acordo foi aprovado em assembleias gerais no dia 28
Os trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Belo Monte aceitaram, no dia 28, um acordo proposto pelo Consórcio Construtor (CCBM) do empreendimento. As negociações foram realizadas simultaneamente nos três canteiros de obras da usina, os sítios Belo Monte, Pimental e Canais e Diques.
O acordo coletivo de trabalho vinha sendo objeto de negociações junto ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav-PA) e foi aprovado em assembleias gerais, em votação, pela maioria dos trabalhadores.
De acordo com informações do CCBM, o acordo começou a ser construído ainda em outubro, por intermédio de seguidas reuniões com a instituição que representa os trabalhadores, o Sintrapav.
O acordo definiu que os trabalhadores teriam o período de “baixada”, intervalo para visitar a família, reduzido de seis para três meses. Além disso, foi acordado que o vale alimentação dos funcionários aumentaria de R$ 110 para R$ 200 e que o salário seria reajustado em de 11% para quem ganha até R$ 5 mil. De acordo com o CCBM, as novas medidas valem a partir do primeiro dia de novembro, o que garante aos operários o recebimento do valor retroativo. Para os funcionários da usina que trabalham na gerência e na supervisão, o reajuste salarial foi de 7%.
De acordo com Sintrapav, o acordo foi uma vitória para os trabalhadores. “Os trabalhadores depositaram uma confiança no sindicato e como resposta, o sindicato trouxe esses bons resultados para a categoria”, afirma Roginel Gobbo, um dos representantes do Sintrapav. Ainda de acordo com Gobbo, os funcionários vão ter direito a um recesso de 10 dias no período de festas de final de ano, incluindo passagens de ida e volta para casa por conta da empresa.
Roginel conta ainda que os trabalhadores que moram em Altamira que optarem por permanecer no trabalho devem receber 60% a mais por hora trabalhada.
Entenda o caso
Cerca de 8 mil funcionários paralisaram os serviços no canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte no último dia 12 de novembro. Os funcionários atearam fogo nas máquinas e em um ônibus e bloquearam a rodovia Transamazônica, na altura do km 55, impedindo o tráfego na área. Eles também teriam destruído parcialmente as dependências dos alojamentos.
Os operários reivindicavam que o benefício que permite a saída dos servidores para visitar a família fosse concedido a cada três meses. Além disso, eles pediam o aumento do vale alimentação de R$ 110 para R$ 300, além de reajuste salarial.
O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) informou que na madrugada do dia 12 de novembro, os Sítios Belo Monte, Canais e Diques e Pimental foram alvos de vandalismo. A empresa informou ainda que em cada uma das frentes de obras, grupos formados por aproximadamente 20 pessoas deram início a uma série de depredações. Ainda na segunda, o consórcio decidiu suspender as obras por medida de segurança.
Uma equipe da Divisão de Investigações e Operações Especiais da Polícia Civil foi até Altamira para apurar os atos de vandalismo ocorridos nos canteiros de obras da usina de Belo Monte. Seis operários foram acusados de envolvimento na destruição de alojamentos, veículos e de parte do maquinário da empresa. Cinco trabalhadores continuam presos na carceragem da delegacia de Altamira. A Defensoria Pública pediu a liberdade provisória dos suspeitos.