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Brasil Pandeiro, de Assis Valente, com os Novos Baianos

Brasil pandeiro é uma afirmação da identidade nacional diante do imperialismo cultural perpetrado pelos EUA a partir da Segunda Guerra.

Na década de 1940, quando a música foi composta, o Brasil, recém saído da República Velha, oligárquica e escravista, vivia um processo de definição em vários níveis: cultural, social, econômico. Este processo acontecia no ensejo de grandes transformações que colocavam o país no mundo industrial, urbano e capitalista.
Em 1972, no auge da ditadura militar, os Novos Baianos, regravaram a música. Fazia todo o sentido, já que a ditadura estava atrelada também a um processo de imperialismo estadunidense, desta vez mais escancaradamente bélico.

Hoje, 2021, o país se vê novamente às voltas com a necessidade de reafirmar sua identidade e também sua soberania. No limiar dos 200 anos da independência, sob um governo de extrema direita, entreguista, antissocial e que se coloca em posição de subordinação aos EUA, cabe ao povo lembrar da sua Batucada, reunir vossos valores, Pastorinhas e cantores, Expressão que não tem par, ó meu Brasil.

Brasil Pandeiro

Assis Valente/1940
Intérprete: Novos Baianos

Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor
Eu fui à Penha, fui pedir à Padroeira para me ajudar

Salve o Morro do Vintém, pendura a saia eu quero ver
Eu quero ver o Tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar

O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada
Anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato

Vai entrar no cuzcuz, acarajé e abará.
Na Casa Branca já dançou a batucada de ioiô, iaiá

Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar

Há quem sambe diferente noutras terras, outra gente
Num batuque de matar

Batucada, reunir vossos valores
Pastorinhas e cantores
Expressão que não tem par, ó meu Brasil

Brasil, esquentai vossos pandeiros
Iluminai os terreiros que nós queremos sambar
Ô, ô, sambar, ô,ô, sambar…

Fonte: Centro de Memória Sindical