Os problemas no acolhimento de haitianos no Brasil são decorrentes de uma “questão estrutural” e da falta de um serviço específico para atendimento aos imigrantes. Essa é a análise do secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão.
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (14), ele afirmou que o Ministério da Justiça deve anunciar em breve um “plano que trará essa primeira resposta de estruturação”. Nas últimas semanas, a pasta se reuniu com representantes do governo e prefeitura de São Paulo, além do Estado do Acre, para tratar do tema.
Recentemente, o fluxo de haitianos que estavam no Acre para a cidade de São Paulo gerou atrito entre os dois Estados.
“Neste momento, a gente vive exatamente essa crise, que não é uma crise de volume [de imigrantes] , mas é uma crise mesmo de governança”, disse Abrão. “Nós não éramos destino principal dos fluxos migratórios. (…) Se não éramos, isso nunca exigiu do Estado brasileiro a criação de uma estrutura oficial –leia-se, de um serviço público federal de atendimento aos imigrantes”, completou.
Hoje, a questão da imigração é tratada por diferentes pastas e órgãos do governo –entre eles o Conare (Comitê Nacional de Refugiados) e o Cnig (Conselho Nacional de Imigração), vinculado ao Ministério do Trabalho, por exemplo.