Por Carlos Giffoni | Valor
SÃO PAULO – Em sua passagem pelo evento de comemoração do 1º de Maio da Força Sindical em unidade com outras quatro centrais (CGTB, CTB, UGT e NCST) em São Paulo, o novo ministro do Trabalho, Brizola Neto, reconheceu que a indicação de seu nome para a pasta não era a preferência de todos em seu partido, o PDT. Mas disse acreditar em um partido unificado a partir de agora. “É natural, no processo de escolha de um ministro, que surjam preferências”, afirmou. “O PDT agora tende a marchar pela unidade e a maior preocupação é com o programa de governo da presidente Dilma Rousseff.”
Presente ao evento, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, preferiu não comentar um possível descontentamento dentro do PDT com a decisão. “Quem escolhe o ministro é a presidente Dilma”, declarou. “Respeitamos a bancada do PDT e vamos fazer de tudo para estarmos ainda mais próximos.”
Já o presidente da Força Sindical, deputado federal e pré-candidato do PDT à prefeitura de São Paulo, Paulo Pereira da Silva (o Paulinho) considerou importante a nomeação de Brizola Neto, para um ministério “muito simbólico” para seu partido. “As centrais sindicais confiam em você, apesar dos 33 anos de idade”, disse ele ao novo ministro.
Em seu discurso para os trabalhadores, Brizola Neto reforçou a importância do crescimento econômico com a manutenção dos direitos trabalhistas. “O lado do Ministério do Trabalho é de proteção dos direitos dos trabalhadores brasileiros. A união das centrais sindicais é o caminho para continuar gerando emprego e aumentando a renda.”
Brizola Neto prometeu uma gestão voltada às relações do trabalho, priorizando o crescimento da produtividade mas sem retirar os direitos dos trabalhadores. “Esse aumento da produtividade não pode ser feito às custas do sacrifício do direito do trabalhador”, resumiu. “A mudança na folha de pagamentos é um exemplo de medida já adotada pelo governo para permitir o crescimento da produção sem atingir os direitos”. O ministro acrescentou que o debate sobre a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais está entre as prioridades de sua agenda.
Os pré-candidatos à prefeitura paulistana estiveram presentes à comemoração unificada das centrais, com exceção de José Serra, do PSDB. “Seria bacana que ele tivesse vindo”, comentou o pré-candidato do PRB, Celso Russomano. Até por volta de 14h30, o governador Geraldo Alckmin também não esteve no evento. Segundo sua assessoria, sua ausência é justificada por uma gripe.