Ministro participou da Caravana da Anistia pela última vez para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul
SÃO PAULO – O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta quinta-feira, 4, que a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência não enfraquece a da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Genro disse que Ciro é aliado do governo e que gostaria que ele estivesse no mesmo palanque que Dilma, mas que a pretensão dele é legítima e tem de ser respeitada. O ministro participou da 33ª Caravana da Anistia, realizada na sede da Força Sindical, no bairro da Liberdade, centro de São Paulo.
Eu entendo que, com relação ao primeiro turno, a candidatura de Ciro não implica em fragilização da candidata Dilma. Mas a presença dele junto com a ministra fortaleceria a candidatura do governo.” Tarso elogiou Ciro, ao dizer que ele é um grande lutador que esteve com o governo desde o início.
A pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) encomendada ao Instituto Sensus, divulgada na segunda-feira, mostra que Dilma teria mais chances de ir ao segundo turno com a presença de Ciro na urna eletrônica. Sem o deputado do PSB do Ceará, cresce a diferença entre ela e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Sem Ciro, Serra lidera, com 40,7% das intenções de voto, enquanto Dilma fica com 28,5%. Com Ciro, a folga do governador de São Paulo é menor – ele tem 33,2%, ante 27,8% da chefe da Casa Civil.
A respeito da saída do Ministério da Justiça, anunciada na última quarta-feira, 3, Genro afirmou não saber quem será nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Só disse ao presidente que os dois nomes estudados são absolutamente compatíveis com o exercício da função. Não emiti juízo de valor sobre nenhum deles”, afirmou Genro, referindo-se ao secretário-executivo do ministério, Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto, e o deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP).
O ministro, contudo, disse que afirmou a Lula que Barreto, há 20 anos funcionário de carreira da pasta, foi um bom secretário nos três anos em que trabalhou com ele, mas que Cardozo também seria um bom sucessor. “Eu não posso avançar o sinal. Ministro não tem o direito de indicar o sucessor. Essa é uma função do presidente.”
Tarso também disse que solicitou há meses ao presidente Lula sua liberação do ministério, mas que ele relutou até o último minuto. O evento no centro da capital paulista homenageou o ministro, que vai concorrer ao governo do Rio Grande do Sul.
“Dá a impressão que o Tarso vai parar, mas ele vai ser o próximo governador do RS”, declarou o deputado Paulinho da Força (PDT-SP). “E estou trabalhando para que o PDT esteja com ele lá”.
Entretanto, é improvável que partido apoie Tarso no Estado, uma vez que quando o prefeito da capital gaúcha, José Fogaça (PMDB), renunciar ao mandato para disputar o governo, seu vice, José Fortunati (PDT), assume o Paço Municipal.
Com informações de Ana Conceição, da Agência Estado, e Rodrigo Alvares