Carros-fortes entram em greve e pode faltar dinheiro em caixas eletrônicos de SP

Sindicato pede reajuste pela inflação e alta real de 7%. Quase 8.000 cruzam os braços

R7

Os empregados das empresas de transporte de valores do Estado de São Paulo cruzaram os braços nesta segunda-feira (2). Cerca de 7.800 dos 10,8 mil funcionários de carros-fortes estão em greve para pedir reajuste real nos salários, segundo o Sindforte (sindicato da categoria).

A paralisação deve prejudicar o abastecimento dos caixas eletrônicos do Estado, informou o presidente do sindicato, João Passos.

— Pode faltar dinheiro em caixas eletrônicos a partir de hoje. Já deve começar a faltar na parte da tarde em supermercados, farmácias e até nos bancos, já que são esses carros fortes que levam e trazem o dinheiro.

Trabalhadores da Protege, Brinks, Prosegur e da RRJ estão parados, segundo o sindicato. Já os funcionários da Transnacional e da Blue Angels furaram a greve e trabalham normalmente. A principal razão para a paralisação é o pedido de reajuste salarial, diz Passos.

— Paramos por causa dos salários. Houve seis rodadas de negociação desde o início de maio, tentamos negociar com os patrões, mas não chegamos a um acordo. Estamos pedindo a correção pela inflação do INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] mais aumento real de 7%.

As reivindicações incluem ainda a ampliação do adicional por risco de vida, que corresponde a 30% do salário, no 13º salário. Hoje, os funcionários recebem esse benefício embutido no salário, mas não na grana extra que vem no fim do ano. Eles pedem ainda o pagamento de PLR (Participação nos Lucros e Resultados).

Somente o INPC acumulou 4,86% nos últimos 12 meses encerrados em maio. Os patrões, por outro lado, ofereceram aumento de apenas 4%.

A reportagem do R7 tentou contato com as empresas de transporte de valores. A Brinks informou que não vai se pronunciar sobre o assunto. A Protege deverá se posicionar ainda hoje. RRJ e Prosegur não foram encontradas para comentar a greve.