Carteira de trabalho verde e amarela de Bolsonaro, volta à escravidão

CartaCapital

por Miguel Torres* — publicado 15/08/2018 18h27

 

As propostas do presidenciável no campo do emprego representam um retrocesso ainda maior do que a reforma do governo Temer
Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Engraçado?

São graves e inadmissíveis as ideias do presidenciável Jair Bolsonaro na área do emprego, pois além de não serem propostas eficazes no combate ao desemprego e à crise, caso sejam colocadas em prática vão prejudicar a população mais vulnerável e piorar ainda mais a situação criada pela nefasta reforma trabalhista.

O candidato propõe uma carteira de trabalho “verde e amarela”, criando assim uma espécie de segunda classe trabalhadora, jogando o trabalhador para antes da CLT, sem proteção da justiça e dos sindicatos, obrigando o empregado a negociar individualmente em total desvantagem diante dos patrões, principalmente os oportunistas e maus patrões.

Esta “segunda” classe trabalhadora ficaria sem ver a cor da tradicional carteira de trabalho, sem a garantia dos direitos e sem força para negociar, conquistar e melhorar de vida.

Não só os trabalhadores e o movimento sindical precisam se manifestar. É fundamental que toda a sociedade brasileira se posicione contra esta barbárie.

O problema é que a popularidade deste candidato cresceu, com eleitores achando que ele é uma novidade na política, se apegando a seus discursos fáceis, sem a necessária reflexão sobre que lado realmente ele defende.

É lógico que ele não representa a classe trabalhadora nem os setores produtivos que se vinculam ao nosso projeto nacional de desenvolvimento, com distribuição de renda, empregos de qualidade para todos, trabalho decente (em ambiente seguro e com salário digno), democracia e justiça social.

Ele está do lado do dinheiro, do mercado financeiro, dos poderosos, dos privilegiados, dos egoístas e dos gananciosos que visam o lucro acima de tudo, sem preocupação com o ser humano, sem interesse público coletivo e sem ideia de nação.

Em um eventual governo “bolsonarista”, a crise econômica, social e política iria piorar e o Brasil continuaria patinando. Podemos e devemos evitar esta tragédia anunciada, participando das eleições e votando em candidato progressista, aberto ao diálogo social, que vai assumir e colocar em prática políticas adequadas para a retomada do desenvolvimento. Está em nossas mãos.

Miguel Torres
Presidente interino da Força Sindical e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos)

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