MARIA CLARA CABRAL
RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), e líderes da oposição já admitem que o governo deve sair vitorioso na votação do projeto que fixa o valor de R$ 545 para o salário mínimo, marcada para acontecer na tarde desta quarta-feira (16) na Câmara.
O líder do DEM, deputado ACM Neto (BA), que defende o valor de R$ 560, culpa a presidente Dilma Rousseff de ter “feito um balcão de negócios”. “É o imperialismo de Dilma, que diz que quem não votar não terá cargos, é lamentável”, afirmou o democrata.
Paulinho completou dizendo que “não está otimista”. “É muito difícil ganhar do governo. Eles estão distribuindo cargos, ameaçando tirar emendas, para ganhar seria preciso dormir dezoito dias na praça”, afirmou lembrando das manifestações no Egito.
O presidente da Força disse ainda que “a luta continua no Senado” e na briga por um reajuste maior na tabela do Imposto de Renda. Ele diz não acreditar na saída do ministro Carlos Lupi (Trabalho), que é do PDT –único partido da base que declara oficialmente apoio aos R$ 560. A bancada da legenda está reunida neste momento para debater o assunto.
João Batista Inocentino, vice-presidente da Força, informou que irá à Justiça para garantir o reajuste do mínimo retroativo. Proposta do governo que deve ser aprovada hoje diz que o aumento começa a vigorar em março.
Ao chegar hoje em reunião do PMDB na Câmara, o vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou que seu partido vai surpreender ao votar totalmente unido com o governo.
O líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), reafirmou que o governo está em uma situação confortável. Sobre barganhas com cargos do segundo escalão, disse: “É irresponsabilidade de quem está dizendo isso”.