A Força Sindical e as demais Centrais realizarão nesta terça-feira, 7 de outubro, às 12 horas, em frente à SRT-SP (Superintendência Regional do Trabalho), no centro de São Paulo, a Jornada Mundial pelo Trabalho Decente. “Este ato faz parte de uma campanha internacional da CSI (Confederação Sindical Internacional) para uniformizar medidas básicas de proteção na área de saúde e quanto aos salários dos trabalhadores para evitar que as empresas explorem mão de obra barata em outros países”, afirma Miguel Torres, presidente da Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.
O governo federal resolveu promover uma Agenda do Trabalho Decente no Brasil em junho 2003, quando o ex-presidente Lula assinou um memorando com o então diretor-geral da OIT, Juan Somavia. “De lá para cá tivemos resultados expressivos, como a regulamentação da profissão das domésticas; regulamentação da profissão dos comerciários; lei sobre o direito dos motoboys receberem os 30% de adicional de periculosidade e a fiscalização do trabalho escravo feito pelo superintendente da SRT, Luiz Antonio de Medeiros”, declara João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical.
Apesar dos avanços, a classe trabalhadora precisa estar vigilante para evitar a retirada dos direitos, que é uma medida defendida pelos empresários. “Dói quando vejo uma declaração como a do empresário Benjamin Steinbruch, presidente da Fiesp, de que nos EUA um operário, em 15 minutos, almoça um sanduíche com uma mão e, com a outra, opera a máquina!. Steinbruch sabe que direitos sociais são respeitados, e o que prejudica a saúde não é incentivado. A não ser que ele tenha visitado os EUA em 1864 (na época da escravidão) e tenha gostado do que viu!”, ironiza Juruna.
Para Juruna, a garantia dos direitos dos trabalhadores deve ser negociada entre patrões e empregados, e, em casos de leis, incluindo-se também o governo. “Os países que avançaram foram capazes de garantir melhor qualidade de vida para a população”, destaca.