Jaelcio Santana Entrevista com Paulinho, Miguel Torres, Vagner Freitas, Canindé Pegado |
Os presidentes das centrais Força Sindical, CUT, UGT, CTB e Nova Central Sindical vão protocolar nesta terça-feira, dia 4, no Palácio do Planalto, em Brasília, pedido de audiência com a presidente Dilma Rousseff, para discutir o projeto alternativo ao fator previdenciário.
A reunião está marcada para as 16h30, na Secretaria-geral da Presidência da República, com o ministro Gilberto Carvalho.
As centrais querem ser recebidas ainda este mês pela presidenta e que o projeto seja colocado em votação na Câmara até o dia 20 de dezembro.
A informação foi divulgada pelos dirigentes em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira.
A proposta defendida pelas centrais não acaba com o fator previdenciário, mas estabelece que as pessoas que se aposentarem possam optar pela fórmula 85/95 -soma de idade com o tempo de contribuição para mulheres e homens, respectivamente.
Para os sindicalistas, a proposta não vai gerar prejuízos na arrecadação; ela pode ser absorvida pela Previdência e vai beneficiar os trabalhadores que, pelas regras atuais, perdem em torno de 45% (mulheres) e 40% (homens) do valor do benefício quando se aposentam.
Segundo o deputado Paulinho da Força, o projeto é consenso entre empresários, centrais sindicais e lideranças dos partidos. “Só o governo está contra, mas temos toda a certeza de que, se sentarmos para conversar com o governo, vamos conseguir aprovar a proposta”, disse, explicando que a lógica da fórmula 85/95 incentiva a pessoa a continuar trabalhando, mesmo nos casos em que ela já poderia se aposentar.
A fórmula estabelece que as pessoas que já atingiram os 85/95 podem continuar contribuindo para a Previdência, uma vez que cada ano trabalhado além da soma aumenta em 2% o valor da aposentadoria a receber. “Essa mudança é muito importante, pois incentiva de maneira positiva a manter no mercado os trabalhadores mais qualificados que possuímos e estão em falta no país”, afirmou Paulinho.
As centrais estão “otimistas” quanto à abertura de diálogo com o governo. “Esta proposta é um caminho do diálogo”, afirmam.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, participou da coletiva e disse que a pressão será mantida, pois há muitos direitos dos trabalhadores a serem votados e só com pressão eles entrarão na pauta.