PorR ILIMAR FRANCO
As Centrais Sindicais dos trabalhadores realizam protesto na próxima terça-feira (26/7) contra a aprovação do projeto de lei da terceirização da mão de obra. O protesto é convocado pelos presidentes da CUT, Vagner Freitas; da Força Sindical, Paulinho da Força; da CTB, Adilson Araújo; da UGT, Ricardo Patah; da CSB, Antonio Neto; e da NCST, José Calixto. O ato está marcado para São Paulo e está sendo chamado para defender o emprego e os direitos.
A representatividade das entidades sindicais tem sido muito questionada pelo governo Temer, que tem reafirmado que o projeto de terceirização é uma de suas prioridades. Já aprovado na Câmara, ele ainda precisa passar pelo Senado, cujo presidente, Renan Calheiros (PMDB), tem sido reticente, alegando que ele retira direitos dos trabalhadores. As centrais querem que os senadores mudem o projeto defendido pelo Planalto, impedindo a terceirização das atividades-fim.
A rejeição ao projeto uniu as Centrais simpáticas ao governo e as que fazem oposição. As que contestam o governo do presidente interino são a CUT, dirigida pelo PT; e, a CTB, comandada pelo PCdoB. As que mantem diálogo com o Planalto são a Força (na foto abaixo à direita seu presidente, Paulinho da Força), cujo presidente também lidera o partido Solidariedade, que apoia Temer. Esta é a mesmo postura da UGT e da NCST. No caso da CSB, seu presidente tem fortes ligações com o PMDB.
Os presidentes das entidades divulgaram nota afirmando que “o fundamental é defender a regulamentação dos doze milhões de trabalhadores que estão submetidos a uma legislação precária”. Criticam aquele que tem sido o porta-voz do governo na defesa da reforma trabalhista, o chefe da Casa Civil, ministro Eliseu Padilha. Contrários à terceirização nas atividades-fim, a nota assinada pelos dirigentes sindicais usa uma linguagem forte, afirmando que “em todas as crises, os oportunistas de plantão levantam a bandeira da reforma trabalhista”.
Esta, a terceirização, será a primeira batalha entre o governo e as Centrais. A reforma trabalhista deve ser o próximo confronto. As entidades são contra a principal proposta de mudança na legislação trabalhista, aquela que privilegia nas negociações patrão-empregado “o negociado sobre o legislado”. Elas temem também a alusão feita pelo presidente da CNI, Robson Andrade, sobre a ampliação da jornada de trabalho, que na lei em vigor é de oito horas.