Centrais querem valorização do salário mínimo até 2023

E denunciam ataques plantados na mídia

As Centrais Sindicais articulam-se para manter, até 2023, a regra de reajuste do salário mínimo: inflação do ano anterior mais crescimento do PIB de dois anos antes. Esse mecanismo vem assegurando a recomposição gradativa do mínimo, que já subiu 72% acima da inflação acumulada (INPC) desde 2003.

Calixto – “A defesa dos ganhos para o salário mínimo é ponto de unidade de todo o movimento sindical e será uma das grandes bandeiras no ato unitário das Centrais, em São Paulo, dia 9 de abril”, adianta à Agência Sindical José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).

CUT – A entidade, encarregada pelo conjunto das Centrais de pedir uma audiência com a presidente Dilma Rousseff, também defende o atual sistema de reajuste, negociado ainda no governo Lula. Vagner Freitas, presidente da Central, afirma: “O salário mínimo é a política social mais importante do governo Lula. É fator efetivo de inclusão social”.

Força – O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), relata que, em encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no final do ano passado, “o ministro falou que está aberto à discussão”. Juruna afirma: “Quem mudar de posição não terá nosso voto. O aumento do mínimo distribui renda e aquece o mercado interno”.

Ataques – A posição firme do sindicalismo faz frente a seguidos ataques veiculados na mídia por consultores econômicos contrários à valorização do mínimo. Esses mesmos consultores acabam repercutindo posições de setores governistas, e dos rentistas, que, envergonhados de combater o aumento do mínimo, escalam subalternos para fazer o serviço sujo.