Para líderes sindicais reunidos em São Paulo, o governo ‘não foi transparente’
As centrais sindicais prometem distribuir 500 mil jornais na cidade de São Paulo, numa campanha de conscientização sobre o que consideram os principais danos da reforma trabalhista. As equipes ligadas às áreas de orçamento e comunicação das entidades se reúnem nesta quarta-feira para discutir os custos da iniciativa e o conteúdo da publicação, que será distribuída em formato tablóide, em terminais de ônibus e metrô da capital paulista e região metropolitana de São Paulo.
A ideia é que outros estados também recebam tiragens de até 300 mil exemplares. O tom da publicação será de que o governo “não foi transparente” ao defender que a reforma trabalhista criaria empregos e que, ao contrário, pode ampliar o número de demissões e recontratações por salários mais baixos.
As centrais sindicais decidiram levar adiante a discussão de uma medida provisória (MP) propondo alterações em pontos da reforma, entre elas uma nova forma de custeio dos sindicatos. A decisão foi tomada após reunião com o presidente Michel Temer na semana passada, em que as entidades sugeriram uma contribuição alternativa ao fim do imposto sindical, extinto pela reforma. O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que a negociação será retomada na volta do recesso parlamentar da Câmara dos Deputados e do Senado, no dia 2 de agosto, quando também deve ser agendada uma nova reunião com o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.
— Vamos conversar com o Rodrigo Maia (presidente da Câmara dos Deputados) e o Eunício Oliveira (presidente do Senado) e discutir temas como o trabalho insalubre de gestantes e lactantes, trabalho intermitente (contrato de trabalho por tempo determinado), além da importância do financiamento dos sindicatos, mas a discussão ficou pra depois do recesso — afirmou Juruna.
Participaram da reunião desta segunda-feira, em São Paulo, representantes da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Nova Central.