Confiança diminui e ajuda a desacelerar a economia

Denise Neumann e Flavia Lima | De São Paulo

O ritmo da atividade continuou fraco no segundo trimestre. Abril e maio terminaram sem dados que tragam alento à economia brasileira. Os poucos indicadores já divulgados são piores que os anunciados para o primeiro trimestre e devem ter levado o PIB do período a um crescimento muito baixo, próximo de 0,2% segundo as previsões de analistas.

A piora no segundo trimestre foi puxada pela diminuição da confiança em todos os segmentos e pela queda na produção do setor automotivo, marcado por férias coletivas e afastamento temporário de trabalhadores, situação que agora já envolve também quase 10 mil funcionários do setor de linha branca. Primeiro dado consolidado da produção fabril, o nível de atividade industrial da Fiesp caiu 12,7% em abril em relação ao mesmo mês de 2013. A produção de papelão caiu 5,2%, a de químicos, 13%, e o faturamento de máquinas, 8,8%, enquanto o licenciamento de veículos em maio recuou 6,4% sobre abril, em dados preliminares.

Jorge Simino, diretor da Fundação Cesp, não vê possibilidade de retomada significativa da atividade nos próximos meses. Além da piora nos índices de confiança, ele ressalta o que considera “imobilidade” do governo para reanimar a economia.