Números divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), referentes ao mês de julho, mostram que as demissões ocorridas na construção civil, justamente um dos setores que mais empregam no País, só têm aumentado. Prova disto é que o setor perdeu, nos últimos doze meses, apenas para as demissões registradas na indústria de transformação.
Enquanto a indústria de transformação acumula um saldo negativo de 428 mil demissões, as empresas da construção civil reduziram 356 mil postos de trabalho (só de janeiro a julho deste ano, 184 mil trabalhadores da construção perderam seus empregos). Mas o mais alarmante é que o setor, segundo notícias divulgadas nesta 2ª feira (14), calcula que, até o final do ano, a construção civil deverá ultrapassar a casa de meio milhão de trabalhadores demitidos.
Aonde vamos parar, nós não sabemos! Só o que sabemos é que este quadro caótico tem de ser mudado. O Brasil, em sua quase totalidade, está demitindo em uma velocidade frenética. E nada está sendo feito quanto a isto. Até o “Minha Casa, Minha Vida”, cuja retomada, estimava-se, iria aquecer o setor em sua nova fase, a terceira do programa do governo, está parado. Enquanto isto a construção civil, assim como tantos outros setores econômicos, está, a cada dia, mais retraída.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes